Mursi resiste em revogar decreto que lhe concede amplos poderes

Renata Giraldi - Agência Brasil
30/11/2012 às 11:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:56

(STR/AFP)

BRASÍLIA - O presidente do Egito, Mouhamed Mursi, disse na quinta-feira (29), em entrevista à emissora estatal de televisão egípcia, que manterá o decreto editado por ele, ampliando seus poderes e reduzindo a força do Judiciário e do Legislativo. Mursi reiterou, porém, que o decreto terá validade temporária até a nova Constituição entrar em vigor, o que ainda não tem nada para ocorrer.

Em entrevista à emissora, Mursi disse que o Judiciário tem o direito de se manifestar sobre questões políticas. Ele negou que a medida seja ditatorial. O presidente acrescentou que no Egito “não há lugar para a ditadura”. Pelo decreto, as decisões presidenciais não podem ser contestadas.

O decreto de Mursi causou protestos em várias cidades do Egito. Os manifestantes saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente. A Praça Tahrir, que no ano passado virou o símbolo de resistência, deverá ser hoje ocupada para manifestações. Manifestantes ocuparam o local em fevereiro do ano passado e exigiram a renúncia do então presidente Hosni Mubarak, que acabou deixando o poder.

A previsão é que movimentos sociais e de oposição promovam hoje (30) mais um dia de protestos, após as orações muçulmanas. Há manifestações organizadas no Cairo, capital do Egito, onde na semana passada os protestos provocaram vítimas.

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