A namorada de Anderson Marcelino Mamede, de 20 anos, principal suspeito de ter esfaqueado e matado Dênis Papa Casagrande, de 21 anos, durante uma briga em uma festa clandestina dentro do campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) afirmou à Polícia Civil ter sido a autora do crime.
Maria Tereza Pelegrino, de 20 anos, alegou legítima defesa. O delegado de Homicídios de Campinas, Rui Pegolo, passou esta terça-feira, 24, ouvindo depoimentos e em busca de imagens de câmeras da Unicamp para confirmar a veracidade do depoimento. Ela ainda não teve a prisão decretada. Na noite de segunda-feira, 23, depois de prestar depoimento, Maria Tereza levou policiais até o local onde estava a arma, uma faca de cozinha pequena. Ela estava enterrada ao lado de um ponto de ônibus na Unicamp.
O estudante morto cursava o segundo ano de engenharia e controle de automação, na Faculdade de Engenharia Mecânica, e participava de uma festa no Ciclo Básico, na madrugada de sábado. Ele foi esfaqueado no abdômen durante um briga generalizada por volta das 3h30, com um grupo de punks - entre eles, Mamede e a namorada.
Mamede declarou à polícia que a confusão começou após a vítima seguir sua namorada até o banheiro e ter tentado agarrá-la. "Foi legítima defesa. O cara agarrou ela, agrediu ela e foi legítima defesa", afirmou Mamede. Ele negou, no dia anterior, ter esfaqueado o estudante.
Protesto
Um grupo de cerca de 50 alunos e familiares do estudante morto realizou um protesto em frente ao prédio da reitoria, durante a manhã desta terça. Vestidos de preto e com faixas e cartazes, eles cobraram da universidade um posicionamento sobre as festas realizadas dentro do campus.
A festa em que o jovem morreu foi organizada pela Rádio Muda - rádio clandestina que funciona dentro do campus. Segundo a assessoria de imprensa da Unicamp, a festa não tinha autorização para acontecer no local.
http://www.estadao.com.br