NEGÓCIO APENAS SOBREVIVE COM BOM MARKETING DO PRODUTO

Jornal O Norte
09/02/2008 às 09:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:24

Valéria Esteves


Repórter

Há tempos especialistas dizem que a propaganda é a alma do negócio. Pois bem, alguns produtores já começam a entender que ambiente sujo e atendimento de má qualidade não atraem clientes e que no mercado competitivo um bom marketing do produto conta e muito no caixa de sua empresa. Com a facilidade de acesso a crédito para o setor urbano e rural é cada vez mais crescente o número de pessoas que conseguem abrir seu micro e pequeno negócio.

Um exemplo a ser destacado é a perseverança de José Ivan Leite Ferreira, produtor que tem pouco mais que um hectare plantado de chuchu que acredita que o negócio é ser bom comerciante, além de bom produtor. Ele que mora na fazenda Santa Maria, a 30 km de Montes Claros, traz todas as quartas-feiras dezenas de caixas de aproximadamente 22 kg de chuchu que são vendidas a consumidores de Janaúba, Juramento, Francisco Sá, Coração de Jesus, entre outros na Ceanorte -Central de abastecimento do Norte de Minas.

No ramo desde os 7 anos de idade Ivan diz que a atividade de produtor rural tem conseguido alimentar sua família e ainda pagar os gastos que tem para trazer sua mercadoria para Montes Claros toda semana. Por semana ele gasta de R$ 300 a R$ 400 no translado, fazenda à Ceanorte.

- O que o produtor deve saber é que para sair lucrando na venda de seus produtos é preciso cortar custos e investir em tecnologia. Às vezes é melhor comprar a prazo do que pagar poucos reais a menos no preço à vista. O tempo me ensinou a comprar o melhor adubo, porque se o produtor não souber fica difícil sair ganhando nesse negócio de produzir e vender.

O técnico em agropecuária da Emater regional, José Arcanjo Marques informou à reportagem de O Norte que o tempo é bom para agricultura irrigada, apesar de as chuvas aparecerem aos poucos e de forma localizada na região. Há, segundo ele, uma maior variedade de produtos e a procura pelo melhor preço e melhores condições sanitárias é que conquistam o consumidor. O Norte de Minas passa nos últimos tempos por baixas umidades do ar devido falta de chuvas e o uso de fertilizantes é controlado, já que nesse período os fabricantes produzem menos, segundo Arcanjo. Dos meses de setembro em diante é que, devido à valorização do dólar, os fertilizantes voltam ao mercado nacional com intensidade, período que também se intensificam os plantios da cultura das águas na região e em boa parte do Brasil.

O técnico lembra que os produtores devem se ater ao marketing de seu produto. Como o apresenta para o consumidor.

- Aqui há muita coisa errada ainda. Por exemplo, algumas pessoas ainda trazem mandioca em saco de adubo e algumas caixas são amarradas com bambu entre outras coisas. As pessoas compram reparando na higienização e na boa aparência e qualidade - alerta.

O plantio de hortaliças tem crescido na região e os agricultores familiares encontram nessa atividade mais uma maneira de se alimentar e uma fonte de renda nesse tempo em que não se planta muita coisa seguindo os métodos naturais, como a espera da chuva.

Negócio urbano

Enquanto isso na zona urbana, os micro e pequenos empresários estão atuando com força total. Vários são os casos de sucesso de pessoas que começaram revendendo mercadorias de porta em porta e hoje têm mais de duas lojas espalhadas por Montes Claros e região. A comerciante Célia Maria de Oliveira diz ter mudado sua vida nos últimos anos graças a vontade em ter seu próprio negócio. É do marketing que ela vende seus produtos até para seus antigos patrões, como ela mesma afirma.

- Apesar de já ter minha loja, continuo vendendo de porta em porta para meus clientes antigos. Acho que é por isso que minhas vendas só crescem, diz.

A micro-empresária que foi, por 18 anos, lavadeira, passadeira e faxineira em 11 casas, em Montes Claros. Nem o desânimo e os tantos obstáculos enfrentados por sua família, como a perda do emprego do esposo, foram empecilhos para que a sonhadora Célia, que espera um dia fazer uma viagem ao exterior, montasse sua loja. Seja na cidade ou na zona rural, especialmente em Traçadal, Pentáurea, Santa Bárbara e Planalto, a comerciante que diz ter aprendido a comercializar olhando seus patrões, vende roupas no melhor estilo mascate, ou vendedora ambulante - como quiser.

Linhas de crédito como o Crediamigo do BNB- Banco do Nordeste como as de demais bancos é que estão dando oportunidade de melhoria de vida para muitas pessoas na região. Segundo informações da assessoria do BNB para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, só em 2007 Minas Gerais foram realizadas 29.286 mil operações, R$ 32,8 milhões e a adesão de 5.475 novos clientes. De 2003 a 2007 116.159 mil operações foram feitas e R$ 128 milhões foram aplicados em Minas. O saldo positivo é que a inadimplência é baixa perfazendo 1,09%.

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