
Os universitários mineiros são mais empreendedores do que a média nacional, embora as empresas administradas por eles precisem de uma dose extra de inovação. É o que aponta a Pesquisa Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras, realizada pelo Sebrae e pela Endeavor, organização internacional sem fins lucrativos que promove o empreendedorismo de alto impacto em mais de 20 países.
Dos estudantes entrevistados, 13,3% possuem negócio próprio, enquanto a média do país é de 11,2%. No entanto, enquanto no Brasil 18,2% são consideradas inovadoras aos olhos dos clientes, em Minas Gerais apenas 10,5% possuem o diferencial competitivo necessário para sobressair.
Conforme aponta o estudo, 23,50 das empresas mineiras administradas por estudantes não se consideram inovadoras. O índice é pior do que a média nacional: 26,30%.
Na avaliação do coordenador do escritório regional de Minas Gerais da Endeavor, Enio Borges, a inovação é fundamental para driblar os desafios econômicos. Principalmente em momentos atribulados, como o vivenciado atualmente.
“A inovação é extremamente importante para abrir mercado, facilita a atração de clientes e influencia a maneira como o empreendedor atua frente à concorrência”, afirma.
Quando o quesito inovação é destrinchado, 63,20% dos universitários mineiros consideram as empresas que possuem como “inovadoras em parte”, enquanto a média nacional é de 57,60%.
A vontade de ter um negócio próprio entre os estudantes é grande. Entre os universitários mineiros entrevistados, os potenciais empreendedores representam 58,78%, contra 57,90% da média nacional.
Apesar disso, o coordenador do escritório regional da Endeavor ressalta que falta dedicação dos alunos. Segundo ele, apenas 14,1% investem tempo e dinheiro em aprender sobre como abrir uma empresa.
Aos 22 anos, o estudante de publicidade Rafael Simões já é sócio de dois negócios, a Wazzup, produtora de eventos, e a WZTalent, agência de talentos.
Ele considera as empresas inovadoras em parte e o mo
Apesar disso, ele afirma que não é possível trabalhar com sonhos sem se diferenciar no mercado. “Fazemos 40 eventos por ano, cada um com sua cara, com suas especificidades”, comenta o empresário.
Juventude mantém perfil cauteloso característico do mineiro
Sem prática e sem teoria, o índice de confiança é baixo: 20%. Para as pessoas que estudaram empreendedorismo, a confiança é maior e chega a
Embora os números sejam claros quanto à importância da teoria para que a prática seja um sucesso, menos da metade dos estudantes já cursaram empreendedorismo. No Brasil, a média é de 48,70%. Em Minas Gerais, o índice é ainda menor, de 46,20%. Interesse, no entanto, há. Em Minas, 22,60% gostariam de estudar disciplinas ligadas ao empreendedorismo, mas o curso que escolheram não oferece. No Brasil, 17,60% desejam fazer alguma especialização fora da faculdade.
Outro ponto levantado pela pesquisa é a quantidade de funcionários que os empreendedores em potencial pretendem ter em cinco anos. Em Minas Gerais, 10,6% pretendem ter mais de 25 funcionários, contra 11% no país. Borges ressalta, porém, que 5,2% das empresas administradas atualmente pelos estudantes mineiros entrevistados possuem mais de 25 empregados, contra 1% na média do país. Neste caso, o perfil cauteloso do mineiro pode ser responsável pela diferença entre a expectativa em relação ao futuro e a realidade. “O mineiro é muito observador, estuda o mercado, é cauteloso. Faz parte da forma como ele enxerga o mundo”, diz.