Nem compacta, nem média, a Renault acertou em cheio ao lançar a Oroch

Boris Feldman - Hoje em Dia
03/10/2015 às 11:50.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:55
 (Renault)

(Renault)

RIO DE JANEIRO (RJ) - As picapes duplas compactas (Strada e Saveiro) são pequenas, apertadas no banco traseiro e o volume da caçamba deixa a desejar. As picapes duplas médias (S-10, Ranger, Amarok, Hi-Lux) são meio grandalhonas, difíceis de manobrar e – pesadas – bebem muito.

A Renault não teve dúvida e inovou, com uma solução bem no meio do caminho, a Duster Oroch. A nova picape (primeira na história da marca) foi apresentada à imprensa da América do Sul no início desta semana, no Rio de Janeiro. Não por acaso na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca: o prédio é uma obra tão francesa quanto a picape, projetada pelo arquiteto Christian de Portzamparc, que assinou também a famosa Cité de La Musique, em Paris.

A Oroch é derivada do Duster, porém com entre-eixos aumentado em 15 cm, suficiente para garantir espaço no banco traseiro e na caçamba. Esta ainda pode ser aumentada com um extensor e carregar motos de porte médio. Ela só será fabricada com a carroceria de cabine dupla (é a que mais vende...) e quatro portas.

Conjunto motor

A tração é inicialmente dianteira, mas virá uma 4x4 (que já existe no Duster). Os motores são 1.6 flex (115 cv) ou 2.0 flex (148 cv) com caixas (manuais) de cinco e seis marchas. Mas o câmbio automático já está previsto, também o mesmo que equipa o Duster. Para quem não pensa em rodar com carga total, o 1.6 dá conta do recado. Mas, com todo o peso a que se tem direito, bom desempenho só virá com o 2.0...

A suspensão é ponto alto da picape: ela foi toda reforçada para suportar o peso (carga útil de 650 kg) e a traseira é “quase” multi-link: McPherson de três braços, idêntica à do Duster 4x4, garante uma dirigibilidade difícil de se encontrar em picapes: agradável, estável e não “chacoalha” a traseira no piso irregular, como outras sem carga na caçamba. Contribui para este resultado a construção em monobloco com subchassi na dianteira. A direção é hidráulica e os freios dianteiros são a disco. Pneus especiais da Michelin (os franceses se entendem...): LTX Force 215/65R16. A caçamba tem volume de 683 litros e tem o estepe sob ela, mas com acesso somente com a tampa destrancada e abaixada.

Os preços da Oroch estão mais próximos das picapes compactas que das médias: começam de R$ 62.290 (versão de entrada, com ar condicionado, vidros elétricos, direção hidráulica, rodas de alumínio, trio elétrico, CD Player, motor 1.6) até R$ 72.490 (versão top, com motor 2.0). As concessionárias já recebem pedidos, mas as vendas se iniciam efetivamente em novembro.

Oroch? mas por quê Oroch?

O nome (pronuncia-se oróc) é de uma pequena tribo no sul da Rússia, de apenas 500 habitantes, quase na fronteira com a Ucrânia. Ela divide plataforma com o Duster, um projeto da Dacia, subsidiária romena da Renault. A marca francesa decidiu batizar suas picapes (nunca fabricadas em sua história) com nomes de povos valentes e que moram em regiões inóspitas : a próxima é a Alaskan, um projeto conjunto entre Renault, Nissan e Mercedes, que dividirão sua plataforma mecânica. Foi apresentada em Paris, no mês passado, e será produzida também na Argentina, pelas três marcas, a partir de 2016.

Vale lembrar que batizar automóvel com nomes de povoados e tribos não é uma novidade da francesa. O Touareg, da VW, teve seu nome inspirado em um povo nômade do Saara.

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