RIO DE JANEIRO - Nos últimos dias internado, o arquiteto Oscar Niemeyer pediu pastel e café, além de revelar o desejo de compor um samba com enfermeiro do Hospital Samaritano, no Rio, disse a mulher dele, Vera Lúcia, na manhã desta quinta-feira (6).

Ela disse que vai cumprir o último desejo de Niemeyer que era editar um livro com "projetos de arte e centros culturais que ele fez". Além disso, vai manter a revista editada pelo arquiteto. Muito emocionada, Vera disse que ele apresentava melhoras na última semana. "Ele estava tendo uma reação boa, mas começou a ficar quietinho, quietinho, quietinho."

"Perdi a pessoa que eu mais gostava no mundo, que amei. Vai ser difícil, mas o tempo passa. Não saí de perto dele em nenhum momento. Vendo as melhoras e as pioras, as evoluções", disse ela.

Vera contou que ele permaneceu lúcido até ontem, quando apresentou uma piora. Segundo ela, falava muito no trabalho. "Anteontem falou: 'Quero comer pastel e tomar café'. Eu disse: 'Tá bom'. Ele falava: 'Eu tenho que ir embora porque meus trabalhos estão atrasados'. Sempre tinha uma palavra boa. Falava para o enfermeiro: ' Temos que fazer o nosso samba'. Ele via comigo a revista. Mandava chamar o diagramador para saber como estava diagramando a revista", disse Vera.

Ela disse que espera que Niemeyer seja lembrado "como uma pessoa digna, honesta e amiga como ele sempre foi".