PARIS - As explosões que destruíram no passado fabricas de fertilizantes, como a ocorrida na noite de quarta-feira (17) perto de Waco, no Texas, e na fábrica AZF em Toulouse, na França, em setembro de 2001, muitas vezes envolveram nitrato de amônio, um fertilizante azoto amplamente usado na agricultura.
Ainda não se sabe as causas exatas da explosão da fábrica de fertilizantes West Fertilizer, mas a amônia anidra (fórmula química NH3), um gás usado para a produção de nitrato de amônio (NH4NO3), foi citado como possível responsável pelo acidente.
A fórmula química NH4NO3, por vezes erroneamente denominado "nitrato de amoníaco" pela indústria, pode também ser utilizado na fabricação de explosivos e bombas quando misturados com óleo, tal como no atentado em Oklahoma City, em 1995, e no ataque em Oslo em 2011 pelo atirador norueguês Anders Breivik.
O nitrato de amônio por si só é relativamente pouco explosivo.
Ele se apresenta como um pó branco ou em grânulos solúveis em água e é seguro, desde que não aquecido. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva.
Um incêndio, tubos superaquecidos, fiação defeituosa ou relâmpagos podem ser suficientes para desencadear tal reação em cadeia.
Mas para que uma explosão ocorra, deve haver também uma quantidade significativa de nitrato de amônio, segundo especialistas.
Este foi o caso da AZF (300 toneladas) e na catástrofe em Texas City, em abril de 1947, quando um incêndio em um navio que transportava 2.300 toneladas de nitrato de amônio causou uma série de explosões que mataram mais de 500 pessoas.
As causas exatas da explosão em AZF nunca foram determinadas com precisão, embora os investigadores e peritos acreditem que o evento tenha ocorrido por uma mistura acidental de um produto clorado com o nitrato de amônio.
Quanto a amônia anidra (NH3) - cerca de 25 toneladas estavam armazenadas na fábrica West Fertilizer, segundo a imprensa local- é um gás considerado relativamente de baixa inflamabilidade.
Não é explosivo, mas pode formar uma mistura explosiva com o ar a certas concentrações (16% a 25% em volume no ar). Do mesmo modo, o amoníaco pode formar uma mistura explosiva em contato com certas substâncias, em especial flúor, cloro, bromo, iodo, óxido de prata e mercúrio.
O principal perigo de amoníaco anidro, um dos gases mais solúveis em água, é a sua toxicidade. Como um gás ou líquido é muito irritante para a pele e os olhos, e no sistema respiratório, em contato direto, pode provocar queimaduras graves.