(RUNGROJ YONGRIT)
Na estreia de Curitiba na Copa do Mundo 2014, Irã e Nigéria abriram sua participação com o pior jogo até aqui na competição. No placar, o reflexo do que foi o jogo, o primeiro zero a zero, fazendo cair a alta média de mais de três gols por partida até aqui.
Poucas horas antes de a bola rolar, o clima era de tranquilidade no perímetro delimitado pela Fifa ao redor do Estádio. Bem diferente da região central, na Boca Maldita, onde um protesto terminou em quebra-quebra e confronto com policiais.
Nos bares, enquanto acompanhavam a partida entre Portugal e Alemanha, torcedores aproveitavam para confraternizar com os animados iranianos, que aos poucos conquistaram a preferência dos brasileiros. Animados, rapidamente se enturmavam com os torcedores locais, especialmente os do Atlético Paranaense, que compareceram em massa com as camisas rubro-negras, disputando espaço com nigerianos, iranianos, camisas do Brasil e, pela primeira vez desde a reforma da Arena, torcedores do Coritiba.
Dentro, o clima de Atletiba se tornou evidente quando os atleticanos passaram a gritar por Atlético, Atlético. O som somente foi superado quando, na entrada das equipes, os gritos de Irã, Irã passaram a dominar. Com a bola rolando, a Nigéria também ganhou incentivo, mostrando que o torcedor brasileiro, independentemente da qualidade técnica esperada, entrou no clima de Copa do Mundo.
Com o passar dos minutos, o jogo truncado, com muitos erros de passes e poucas chances de gol, passou a irritar o torcedor, que não poupou os dois times de sonoras vaias. Na segunda rodada da primeira fase, o Irã vai enfrentar a Argentina, sábado, às 13 horas, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Já a Nigéria encara a Bósnia, no mesmo dia, às 19 horas, na Arena Pantanal, em Cuiabá.
O jogo
Poucas jogadas de ataque e muita correia. Assim foram os minutos iniciais da partida, com os africanos tocando mais a bola, enquanto os iranianos apostavam na raça. A bola chegou a balançar as redes aos seis minutos, após cobrança de escanteio, mas o arbitro parou o lance para marcar falta no goleiro.
A Nigéria cresceu no jogo e começou a pressionar. Aos sete minutos, Emenike chutou mascado e a defesa rebateu, no rebote, finalização cruzada, pela linha de fundo, com perigo. Haji Safi tentou o levantamento na área, aso 13 minutos, mas desperdiçou o raro ataque do Irã. A briga era intensa no meio-campo, com os nigerianos com dificuldade para passarem pela barreira adversária.
Isolado na frente, Ghoochannejad partiu para a jogada individual, aos 23 minutos, e foi travado com a defesa, pedindo falta na entrada da área, mas sem ser atendido. Lesionado, Oboabona deixou o gramado para a entrada de Yobo.
Aos 29 minutos Musa cobrou falta e quase surpreendeu Haghighi, que se recuperou e cedeu escanteio. E quem quase abriu o placar, aos 32 minutos, foi o Irã, com Sadeghi, que subiu na área após cobrança de escanteio e testou para grande defesa de Enyeama, levantando a torcida. Sem melhores opções, Emenike, aos 40 minutos, abriu o espaço e bateu fraco, para fora. Com o apito final, vaias pelo zero a zero.
Para a segunda etapa, nenhuma modificação nas equipes que retornaram do intervalo. Aos três minutos, Moses tentou o cruzamento e Haghighi quase se complicou na hora de afastar. Na resposta, aos cinco minutos, Ghoochannejad abriu espaço e soltou o petardo pela linha de fundo.
O técnico Stephen Keshi fez mais uma mudança na Nigéria com a entrada de Ameobi no lugar de Moses. A partida seguia truncada, bem diferente dos demais jogos desta Copa do Mundo. Aos 12 minutos, Heydari chegou ao fundo e cruzou para saída precisa de Enyeama.
O Irã estava melhor na segunda etapa, e se arriscava nos contra-ataques. Porém, mais uma vez isolado, Ghoochannejad tinha dificuldade de passar pela última linha de defensores. Aos 21 minutos, o atacante pegou de primeira na entrada da área e isolou.
Chute a gol mesmo somente aos 34 minutos, com Timotian, que arriscou de fora da área um tiro rasteiro, sem perigo algum. Na reposta, um raro lance de categoria. Musa entrou um buraco na defesa iraniana e soltou uma bomba, para fora, com o goleiro vendido. Aos 41 minutos, Ameobi testou e Haghighi segurou sem problemas. Um ponto para cada time, que precisarão mostrar mais diante de Bósnia e Argentina.