Nobel da Paz pode fortalecer a Opaq

Hoje em Dia
13/10/2013 às 07:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:17

Talvez o Nobel da Paz fortaleça a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). Mais do que a Barack Obama, o ganhador do prêmio em 2009, desde então envolvido em conflitos armados mundo afora. Neste momento, enquanto se decide se os Estados Unidos invadirão ou não a Síria, o presidente dos Estados Unidos está às voltas com conflitos políticos com o Partido Republicano que ameaçam a recuperação da crise internacional iniciada em 2008.    A Opaq foi criada em 1997 e tem sede em Haia, na Holanda. É uma organização independente que atua em parceria com as Nações Unidas. Seu primeiro diretor-geral foi o brasileiro José Maurício Bustani, hoje embaixador do Brasil na França. Ele foi destituído do cargo em 2002, por pressão dos Estados Unidos, que no ano seguinte invadiram o Iraque, acusado de esconder armas químicas que nunca foram encontradas. Na sexta-feira, Bustani afirmou que, se dependesse da Opaq, essa guerra sangrenta não teria existido.    A expectativa agora é que os inspetores da Opaq tenham mais sucesso no trabalho que iniciaram na Síria, em conjunto com a ONU, do que tiveram no Iraque, para convencer o mundo de que não há mais armas proibidas de destruição em massa no país. E evitar nova carnificina, como a que ocorreu no Iraque, honrando o Nobel da Paz recebido pelo atual presidente dos Estados Unidos. O Prêmio Nobel, como afirmou Bustani em entrevista, não foi concedido por causa do trabalho que a Opaq começa a fazer na Síria, que ainda não pode ser avaliado.  Representa o reconhecimento a uma organização que, em 15 anos de existência, “se consolidou pelo trabalho sério, discreto e eficaz”. A organização fez nesse período mais de 5 mil inspeções em 86 países. O prêmio de 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,7 milhões) será investido internamente na Opaq.    O comitê do Nobel surpreendeu o mundo com essa escolha, anunciada em Oslo, na Noruega. Eram 259 candidatos, e muitos esperavam que o prêmio seria concedido à adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que vive em Londres depois de ter sido baleada na cabeça, em seu país, pelo Taliban, e continua defendendo os direitos das mulheres à educação. O Taliban comemorou a opção pela Opaq.    Ao anunciar o vencedor, o comitê alertou que os Estados Unidos e a Rússia ainda não cumpriram a meta de eliminar seu arsenal de armas químicas até abril de 2012. O primeiro ainda conserva 10% do seu estoque de armas químicas e o segundo 30%.   

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