Nova operação convive com velhos problemas em Confins

Bruno Moreno/Hoje em Dia
09/09/2014 às 08:20.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:07
 (Samuel Costa/)

(Samuel Costa/)

Após 28 dias de administração do consórcio BH Airport, em conjunto com a Infraero, o usuário do Aeroporto de Confins ainda não percebeu melhorias significativas. O Hoje em Dia conversou com diversos passageiros, mas a maioria ainda não notou mudanças.

Um deles é o carioca Marcelo Lopes, 49 anos, que trabalha com Contas Governamentais e há quatro anos vem à capital mineira pelo menos uma vez por mês. Lopes avalia que o aeroporto está melhor do que antes do início da reforma, mas ainda falta muito.

“O aspecto da parte de fora está bom, mas os problemas continuam, principalmente no embarque, que continua lento”, aponta. Ele acredita que a BH Airport ainda precisará de tempo para apresentar um serviço de qualidade para os usuários.

Internet

Uma das primeiras providências da BHAirport foi a instalação de internet sem fio, mas os usuários reclamam que a conectividade não está boa. Marcelo Lopes preferiu usar a conexão do seu pacote da dados.

Já a estudante de Ciências Sociais Manuela Gomes de Carvalho, 24 anos, aprovou a internet, mas lamentou o tempo máximo, de 30 minutos.

“Vou ficar no aeroporto por três horas até minha conexão e quando acabar meu tempo gratuito terei que usar minha internet. Deveria ser de acordo com o tempo de espera entre os voos” sugeriu.

Diversão

Uma das principais reclamações dos usuários é em relação a opções para gastar o tempo livre antes do embarque. O barulho e a poeira provocados pelas obras também incomodam.

O capixaba João Bosco Perin, 53 anos, que trabalha com importação de azeite e uma vez por semana passa por Confins, seja para fazer conexão ou com destino à região metropolitana de BH, reclama. “Falta opção. Em Curitiba tem até galeria de arte” aponta.

Como melhoria no aeroporto, ele aponta um aumento da agilidade no embarque. Em relação aos preços, todos foram unânimes em criticar os valores praticados, mas reconhecem que não fogem ao padrão de outros aeroportos.

Uma garrafa de água mineral de 500 ml, por exemplo, pode variar entre R$ 3,50 e R$ 5,50. Usuários também reclamaram de pouca sinalização.

O consórcio BH Airport foi procurado, mas informou que não havia porta-voz disponível para entrevista nessa segunda.     A continuidade das obras de reforma do terminal 1 do Aeroporto de Confins ainda é uma incógnita. A Infraero informou que segue analisando as possibilidades jurídicas, após a desistência da empreiteira Marquise/Normatel de continuar os trabalhos. Nos últimos dias, funcionários da empreiteira ainda podiam ser vistos assentando pisos do saguão principal.

A Infraero informou que foi notificada em 28 de agosto da intenção do consórcio responsável pelas obras de reforma e ampliação de não dar continuidade aos trabalhos. A estatal afirmou que irá analisar a situação e, juntamente com a nova concessionária responsável pela administração do aeroporto mineiro, definir a melhor forma de dar continuidade aos trabalhos.

“Conforme previsto em contrato, essa atitude por parte do consórcio prevê a possibilidade de rescisão unilateral do contrato, com aplicação de multa e até penalidade de impedimento em licitar com a Infraero”, informou a estatal, em nota.

Ainda faltam a reforma das salas de embarque internacional e doméstico, a reforma do desembarque internacional, a instalação de elevadores e a troca de escadas rolantes, além da execução do prédio comercial, estação de tratamento de água, subestação de energia, sistemas elétricos e de TI e alteração do layout do check-in, que será revisto.

Já foram concluídos a ampliação e reforma do saguão de embarque, a substituição das nove pontes de embarque, a instalação de cinco elevadores e sete escadas rolantes e a reforma e ampliação do estacionamento, além de novo acesso viário, entre outras intervenções. Segundo o Portal da Transparência do Governo Federal, já foram concluídas 51% da obras.

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