Novas alternativas de produção para agricultores

Jornal O Norte
18/09/2008 às 16:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:44

Juliana Paiva


Colaboração para O NORTE 

Cerca de 250 pessoas participaram do 2º Dia de Campo Agroecológico, promovido na terça-feira, 16, pelo mestrado em Ciências Agrárias da UFMG, com área de concentração em Agroecologia. O evento foi destinado principalmente a produtores rurais de Montes Claros ligados à Associação dos Produtores Hortifrutigranjeiros da Região do Pentáurea (Asprohpen), com sede na comunidade Planalto.




Uma das seis tendas onde os agricultores


receberam as informações


Em seis tendas montadas em frente à sede da Associação, professores e alunos de pós-graduação e graduação do Instituto de Ciências Agrárias repassaram informações sobre técnicas e métodos alternativos para produção agropecuária. Divididos em grupos, os participantes passaram por cada uma tendas, onde foram orientados com relação a: conservação de nascentes e uso racional da água; criação de peixes; manejo de plantas espontâneas e práticas para controle alternativo de pragas e doenças; qualidade da água em sistemas de irrigação; saúde animal; e técnicas de compostagem.


 


INTERESSE

O agricultor Expedito Carvalho, da comunidade Santa Bárbara 2, mostrou especial interesse pelo filtro de água para irrigação apresentado em uma das tendas. Desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, o filtro custa cerca de R$ 70,00 e pode ser construído pelos próprios agricultores, com peças encontradas em qualquer casa de produtos hidráulicos, como explica o professor Edson de Oliveira Vieira. Ainda segundo ele, se optar por um filtro comercial, o agricultor terá que desembolsar pelo menos R$1.200,00.

Expedito Carvalho também havia participado da primeira edição do Dia de Campo, no ano passado, quando diz ter aprendido muito sobre adubação orgânica. Conhecimento que ele pôde aplicar em sua propriedade, onde já começa a colher tomate orgânico. O agricultor Antonio Borges Pereira, da comunidade Água Santa, também aderiu a esse tipo de cultura e por isso interessou-se pelas informações sobre controle alternativo de pragas e doenças, sem o uso de produtos químicos.  Além de ser melhor para a saúde, a gente consegue vender (o produto orgânico) com um preço diferenciado, comenta o Antonio.

O 2º Dia de Campo Ecológico também constou de atividades lúdicas e educativas sobre o tema segurança alimentar e saúde. Essas atividades aconteceram em duas escolas municipais da zona rural de Montes Claros – Mariana Santos e Santa Rita – onde estudam muitos dos filhos dos agricultores ligados à Associação. No total, 271 alunos participaram.


 


PARCERIA NO CAMPO

Desde 2007, a Asprohpen é parceira do mestrado em Ciências Agrárias e muitos projetos de dissertação são desenvolvidos na comunidade Planalto ou surgiram de demandas dos produtores ligados à Associação. Os temas abordados durante o 2º Dia de Campo Agroecológico também atendem solicitações dos produtores locais. Segundo a coordenadora da Pós-Graduação do ICA, professora Anna Christina de Almeida, realizar o Dia de Campo é uma forma de levar à comunidade parte dos resultados das pesquisas que estão sendo desenvolvidas pelos alunos do mestrado.

Para o vice-presidente da Associação, Emilson Dias Costa, os agricultores ganham muito com essa parceria, mas não são os únicos. A Universidade também ganha porque é uma oportunidade para trabalhar com a realidade do campo. Tem técnicas que são desenvolvidas na Universidade e, quando são levadas para o campo, não se aplicam na prática. O agricultor pode dar esse retorno para os pesquisadores, comenta Emilson.

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