O frentista e o “jeitinho”

Publicado em 28/07/2016 às 08:55.Atualizado em 15/11/2021 às 20:02.

Volto ao assunto do abastecimento no posto. Insisto que fico impressionado com a quantidade de frentistas que teima em encher o tanque até o gargalo. Às vezes tomam eles mesmo a decisão e nem perguntam antes: “É para encher direto madame?”

No passado, o maior problema provocado pela gasolina até o bocal do tanque era a possibilidade de o combustível vazar pela tampa e manchar a pintura.

Hoje, tem um problema mais grave, o do canister. É como se chama um filtro que recebe os gases do tanque para evitar a poluição da atmosfera. Estes gases são formados pelo combustível e chegam ao canister por um tubinho que fica no alto do tanque. Por isso, deve-se deixar vazio o espaço de alguns litros de combustível, já previsto pelas fábricas de automóveis e das bombas dos postos. Ora, se o frentista “engana” o sistema automático que trava o abastecimento e enche o tanque até a boca, o canister vai receber combustível líquido ao invés de gases. Além de se danificar, ainda prejudica o funcionamento do motor por estar conectado à central eletrônica. Muitas vezes a marcha-lenta falha, o motor tosse, espirra, o mecânico faz de tudo e não descobre a causa do problema. Pois se esquece de verificar o canister.

É difícil identificar o porquê desta mania: talvez o dono do posto estimule o frentista a encher mesmo até a boca, para faturar mais alguns litros: no final do dia pode fazer diferença.

Outros o fazem para arredondar a quantia a ser paga e evitar o troco, embora quase todos paguem hoje o abastecimento com cartão de credito. Em alguns casos, o próprio motorista pede para encher até a boca para aumentar a autonomia, poder rodar mais alguns quilômetros antes do próximo abastecimento.

O fato é que essa “mania” já criou até algumas habilidades dos frentistas, que manipulam o bico injetor do combustível no gargalo, de modo a evitar o desarme automático do abastecimento. Ou seja, o que os fabricantes de automóveis e bombas dos postos fazem o possível para evitar, frentistas e motoristas fazem o possível para ludibriar...

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