O futebol brasileiro morreu para a Europa

19/07/2018 às 06:19.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:29

Mudar alguma coisa no futebol brasileiro passaria teoricamente por uma reformulação completa da CBF, e isso é uma utopia. Não vai ocorrer. Até o dia de seu último suspiro, dirigentes oportunistas tentarão tirar proveito daquilo que a instituição teoricamente oferece. Sabe aquela história das federações ou ligas esportivas que estão caindo pelas tabelas, mas têm sempre um engraçadinho querendo ser o dirigente da vez, o dono da bola ou o salvador da pátria? Pois é, transporte isso para a mandatária do futebol nacional e potencialize, como se diz atualmente.

Nas últimas gestões que somam 30 anos, a CBF foi comandada por dirigentes que, atualmente, estão envolvidos em escândalos no mundo do futebol. Marco Polo Del Nero foi afastado do futebol pelo restante de sua vida, José Maria Marin está preso nos Estados Unidos e Ricardo Teixeira é indiciado por organização criminosa na Espanha. Eles foram os responsáveis por comandar a CBF de 1989 a 2017, quando Del Nero foi afastado. A CBF hoje é presidida pelo Coronel Nunes, que dá lugar a Rogério Caboclo, recentemente eleito, em abril de 2018. O atual comando é ligado a Marco Polo.

O que a gente tem visto em relação à Seleção Brasileira é uma tentativa de cópia fajuta e descarada do que ocorre no futebol europeu, com um pequeno adendo: na Europa, os clubes não são escravos econômicos das suas entidades mas, ao mesmo tempo, praticam um desserviço ao futebol mundial quando arrebanham seus craques quase ainda no ventre de suas mães por um punhado de dólares (euros). Naturalizam aqueles que lhes convêm e deixam o restante, na segunda categoria, usufruir do bel prazer de uma vida de primeiro mundo e terem uma boa aposentadoria junto aos seus. 
 
Solamente
Aqui vai se dançando conforme a toada ditada lá, no além-mar. O que é grana de mercado por lá vira grana preta aqui e assim vamos vivendo. A gente aqui brincando que tem bom futebol e eles lá brincando que nos respeitam. Nas entrelinhas, vão formando escolas, aprimorando atletas, transformando homens em máquinas e fazendo do campeonato mundial um tira-teima europeu. Com sua habilidade de marketing e mais uma vez, um punhado de pratas, vão ditando as regras e deixando nas terras latino-americanas ou africanas aquilo que não os interessa ou não serve para o aparato de seus ricos clubes.

Quem quiser acreditar que doravante teremos mudanças profundas no futebol por este lado do novo mundo, pode tirar seu cavalinho da chuva. Não passaremos por mudanças profundas. Será um arbitrozinho de vídeo aqui, uma bola com chip ali e assim vamos levando. O Brasileirão continuará tendo times paulistas e cariocas no topo de suas tabelas e a dependência de dinheiro por parte das federações continuará. Prosseguiremos produzindo craques, mas não para nós. Assim caminha a humanidade.

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