"O Hobbit" leva a saga de J. R. R. Tolkien a episódios que antecedem "O Senhor dos Anéis"

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
13/12/2012 às 11:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:29
 (Divulgação)

(Divulgação)

Após Peter Jackson transpor com brilhantismo a essência da saga de "O Senhor dos Anéis" numa das melhores trilogias do cinema ao lado de "O Poderoso Chefão", com as três partes indicadas ao Oscar (somente "O Retorno do Rei" ganhou a estatueta dourada), a ansiedade não poderia ser menor diante de "O Hobbit: Uma Jornada Inesperada".

Principal estreia de sexta-feira (14) nos cinemas, ocupando 37 salas de Belo Horizonte e Região Metropolitana, o filme não é uma sequência das produções lançadas em 2001, 2002 e 2003. Na verdade, é uma prequel, iniciando uma nova trilogia com fatos que antecederam a história original, assim como George Lucas fez com "Guerra nas Estrelas".

Diferentemente de Lucas, Jackson e seu parceiro Guilhermo Del Toro (diretor de "O Labirinto do Fauno" que escreveu "O Hobbit") partiram de um texto já existente, escrito pelo próprio J. R. R. Tolkien e lançado em 1937. Motivo para os fãs não esperarem nenhuma surpresa em relação ao universo mitológico da Terra-Média.

Detalhes

E é reconfortante ver Bilbo Bolseiro, tio de Frodo, e o mago Gandalf nas primeiras cenas, gerando expectativas sobre detalhes de episódios importantes presentes em "O Senhor dos Anéis", como o surgimento de Sauron, a passagem de Saruman para o lado inimigo e o encontro de Bilbo com Gollum e o anel – que, por enquanto, só oferece a seu usuário o poder da invisibilidade.

A narrativa tem formato semelhante a "Sociedade do Anel", pontuando o início de uma jornada em que o importante é a união dos diferentes povos, além da crença num coração puro que derrubará o Mal. Tão parecidos em suas propostas que "O Hobbit" perde muito de sua força dramática.

O quarto filme da saga parece um rascunho dos outros três, diminuindo o leque de possibilidades para se concentrar apenas na ajuda aos anões para retomarem sua terra. Na trilogia, havia o interesse amoroso do humano Aragorn por uma elfo, o humor ressaltado pelos amigos de Frodo e muito mistério.

A principal ausência é a sensação de medo constante pelo desconhecido. O clima de desconfiança era um ingrediente fundamental na trilogia. Agora Jackson opta por enfatizar um caráter mais aventuresco. Seu grande erro foi diluir a história do livro em três partes – previstas no livro "O Senhor dos Anéis", mas não em "O Hobbit".

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por