O ônus injusto do presidente da Fiemg

01/08/2016 às 08:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:05

Vejam só que situação. O governador Fernando Pimentel exonerou no último dia 21 o secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso (PMDB), que ficou no cargo por 18 meses. O posto foi provisoriamente ocupado pelo deputado estadual Fábio Cherem (PSD), mas a pasta será extinta dentro da reforma administrativa que tramita na Assembleia Legislativa.

Rôso saiu do cargo de forma um tanto melancólica. Em entrevista a este jornal, o secretário de Planejamento Helvécio Magalhães chegou a justificar a extinção da secretaria por “ter desenvolvimento só no nome”.

Rosô é presidente da regional da Federação das Indústrias (Fiemg) em Uberaba (Regional Vale do Rio Grande) e, quando da nomeação dos secretários, foi informalmente apresentado pelo governador Fernando Pimentel como um nome indicado pela entidade. A demissão, portanto, foi entendida por muita gente como um desprestígio para a Fiemg e seu presidente, Olavo Machado. Mas, não é bem assim.

Na verdade, Rôso foi uma indicação do prefeito de Uberaba, Paulo Piau. Olavo Machado sequer foi consultado (se muito, foi apenas comunicado) para a nomeação. Mas, injustamente, ficou com o ônus da demissão.

Quem manda

No papel, as atribuições da Secretaria de Desenvolvimento serão abarcadas pela Secretaria de Ciência e Tecnologia. Mas só no papel. Na verdade, quem já dirige a política de desenvolvimento econômico de Minas são os poderosos secretários de Planejamento, Helvécio Magalhães, e de Fazenda, José Afonso Bicalho, e ainda Marco Antônio Castello Branco, presidente da estatal Codemig.

A ideia do atual governo é usar o dinheiro dos royalties pagos pela CBMM para a Codemig (pela mineração de nióbio em Araxá) para atrair e apoiar projetos de investimento privados.

Novamente relembrando a entrevista dada por Helvécio Magalhães ao Hoje em Dia, ele disse que a Codemig deixaria de ser “a empreiteira do governo” (construiu a Cidade Administrativa e o Expominas) para se tornar uma alavanca de investimentos.

A ideia é boa. O problema é a crise.

Usiminas

Ninguém reclamou, mas tenho certeza que causei um certo embaraço na Usiminas. Então, faço aqui uma correção importante da coluna publicada na última sexta-feira. O atual presidente da Usiminas, Sérgio Leite, não é representante da Ternium/Techint. Assim como seu antecessor, Romel Erwin de Souza, não era representante da Nippon Steel. Os dois são executivos de carreira da empresa e considerados independentes.

Na verdade, Sérgio Leite foi eleito presidente com o apoio da Ternium e contra a vontade da Nippon, que queria manutenção de Romel. Assim como anteriormente Romel Erwin havia sido eleito com o apoio da Nippon e contra a vontade da Ternium, que queria a manutenção do antecessor Julián Eguren (este sim, indicado e representante da Ternium/Techint).

Pode parecer um detalhe, mas, diante da briga entre os sócios controladores, a independência é um dado de valor importante para os executivos de carreira da Usiminas.

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