WASHINGTON - O presidente Barack Obama e seu colega afegão, Hamid Karzai, consideraram nesta sexta-feira (11), durante uma reunião, que a presença militar americana no Afeganistão depois de 2014 "é possível".
Obama explicou em uma entrevista coletiva à imprensa após a reunião que a partir da primavera (de 2013 no hemisfério norte) as tropas de seu país "terão uma missão diferente: treinar, aconselhar, dar assistência às forças afegãs". "Será um momento histórico e outro passo para a plena soberania do Afeganistão", acrescentou.
Em um comunicado conjunto apresentado minutos antes, ambos os líderes disseram que estão negociando acordos bilaterais de segurança para definir uma forma de as forças americanas continuarem apoiando as tropas afegãs depois do ano que vem.
A missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, onde tropas do Ocidente lideradas pelos Estados Unidos estão combatendo os insurgentes talibãs junto com o governo de Karzai, chegará ao fim em 2014.
Durante muito tempo considerou-se que algumas tropas americanas poderiam permanecer depois dessa data para completar o treinamento do Exército afegão, mas recentemente houve fortes manifestações de alguns setores de Washington pedindo uma retirada absoluta.
Obama e Karzai, que se reuniram por mais de duas horas e meia, "discutiram a possibilidade de uma presença militar americana depois de 2014 que seja sustentável", segundo o comunicado.
A nota indica que as forças dos Estados Unidos apoiarão "uma Força de Segurança Nacional Afegã capaz e efetiva... que continue pressionando os remanescentes da Al-Qaeda e seus aliados".
"O alcance e a natureza de qualquer possível presença dos Estados Unidos depois de 2014, a proteção legal para as forças americanas e a cooperação de segurança entre os dois países serão especificados no acordo bilateral de segurança", acrescenta.
Por outro lado, os Estados Unidos reafirmaram que não buscam "bases permanentes no Afeganistão".