Obama inaugura museu de história afro-americana em Washington

AFP
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24/09/2016 às 19:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:58
 (ZACH GIBSON/AFP)

(ZACH GIBSON/AFP)

O presidente Barack Obama enalteceu a inauguração, neste sábado (24), do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americanas, dedicado às múltiplas facetas da história dos negros, bem como às suas conquistas.

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos cortou a fita e inaugurou o museu, revestido em bronze, de 37.000 m², diante de milhares de pessoas.

"Além da suntuosidade do edifício, o que torna esta ocasião tão especial é a rica história que ele abriga", disse Obama durante a cerimônia, da qual participaram personalidades como o cantor Stevie Wonder e a apresentadora de TV Oprah Winfrey. 

"A história afro-americana não está separada da nossa grande história americana. Não é a parte inferior da história americana. É parte central da história americana", expressou.

O museu, concebido há um século, é inaugurado em um contexto de forte tensão racial, enquanto cresce a indignação no país diante da morte de negros por policiais. O caso mais recente gerou protestos em Charlotte, Carolina do Norte (sudeste).

Este é o primeiro museu nacional dedicado a documentar as verdades incômodas envolvendo a opressão sistemática sofrida pelos negros no país, ao mesmo tempo em que homenageia o papel da cultura afro-americana.

"Uma visão clara da história pode nos incomodar (...) mas é, precisamente, a partir deste incômodo que aprendemos e crescemos, e aproveitamos o poder coletivo para tornar esta nação perfeita".

O prédio, próximo à Casa Branca, tem o formato de três pirâmides invertidas e abriga mais de 34 mil objetos, a maioria doados.
    
Deterioração das relações raciais

Eleito em meio a uma onda de otimismo, em 2008, Obama prometeu unificação, reiterando que não era presidente dos negros, e sim de todos os americanos.

Mas seu mandato termina e as pesquisas mostram que a ampla maioria dos americanos vêem as relações inter-raciais como "em geral, ruins".

Os tiroteios recentes em que negros foram mortos pelas polícias de Tulsa (Oklahoma, sudoeste) e Charlotte (Carolina do Norte, sudeste) voltaram a expor os problemas raciais do país.

"Mesmo diante de dificuldades inimagináveis, os Estados Unidos avançaram. E este museu contextualiza os debates do nosso tempo."

"Talvez possa ajudar um visitante branco a compreender o sofrimento e a indignação dos manifestantes em lugares como Ferguson e Charlotte", assinalou.

O museu mostra "que este país, nascido da mudança, este país, nascido de uma revolução, este país, nosso, do povo, este país pode ser melhor", disse o presidente.

"É um monumento, não menos importante do que os outros neste passeio, para o profundo e duradouro amor por este país e os ideais sobre os quais ele foi fundado. Porque nós também somos americanos", assinalou.

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