Obama lamenta "crime abominável" em escola dos EUA e promete agir

AFP
14/12/2012 às 19:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:35
 (Mandel Ngan/AFP)

(Mandel Ngan/AFP)

O presidente americano, Barack Obama, foi às lágrimas e precisou de esforço para se recompor, esta sexta-feira (14), ao afirmar que sentia uma "tristeza opressiva" pelas mortes no massacre em uma escola fundamental de Connecticut, um "crime abominável", segundo ele, enquanto prometeu adotar medidas "significativas" para impedir mais tragédias com armas de fogo no país.

"A maioria daqueles que morreram hoje eram crianças, lindas criancinhas com idades entre 5 e 10 anos", disse Obama, em discurso na Casa Branca. "Elas tinham a vida toda pela frente, aniversários, formaturas, casamentos, seus próprios filhos", acrescentou.

Durante o discurso, na sala de imprensa da Casa Branca, Obama fez várias pausas e respirou profundamente, algumas vezes enxugando as lágrimas que insistiam em cair, ao fizer suas primeiras palavras sobre o assassinato de pelo menos 27 pessoas, incluindo 20 crianças no mais recente massacre a chocar os Estados Unidos.

"Entre os falecidos estão ainda professores, homens e mulheres que devotaram suas vidas a ajudar nossas crianças a realizar seus sonhos", disse Obama.

"Nossos corações estão partidos hoje por causa dos pais e avós, dos irmãos e irmãs daquelas crianças pequenas e pelas famílias daqueles que se perderam", acrescentou. "Como país, já passamos demais por coisas assim", disse Obama, mencionando massacres anteriores no Colorado, no Oregon e no Wisconsin.

"Estas localidades são nossas, essas crianças são nossas", emendou. "Nós precisamos nos unir e tomar medidas significativas para impedir mais tragédias como estas, independente de questões políticas", acrescentou.

"Que Deus abençoe a memória das vítimas e, nas palavras das escrituras, curem os corações partidos e emendem suas feridas", afirmou.

As declarações de Obama foram ouvidas em silêncio na normalmente barulhenta sala de imprensa da Casa Branca, um silêncio só interrompido pelos cliques das câmeras disparadas quando o presidente fazia pausas e tentava se recompor.

Mais cedo, Obama ordenou que as bandeiras dos Estados Unidos na Casa Branca, em prédios oficiais e instalações militares sejam hasteadas a meio-mastro em homenagem às vítimas do massacre.

A ordem vai vigorar até o pôr-do-sol de 18 de dezembro, disse o presidente em um manifesto, no qual criticou o ataque, chamando-o de "ato de violência sem sentido" momentos antes de fazer seu primeiro discurso sobre a tragédia.

Obama foi informado sobre o massacre na manhã desta sexta-feira por seu conselheiro de antiterrorismo e segurança doméstica John Brennan, no Salão Oval da Casa Branca.

Mas autoridades disseram que era muito cedo, à medida que os primeiros detalhes sobre o ocorrido vinham a tona, para mergulhar em um debate imediato sobre se Obama deveria apoiar uma legislação de controle de armas mais estrito, uma questão muito contestada em Washington.

Segundo Carney, Obama telefonou para o diretor do FBI, Robert Mueller, e ao governador de Connecticut, Dannel Malloy, para dar suas condolências e oferecer ajuda.

Em um toque de ironia, Obama fez este discurso na sala de imprensa da Casa Branca, que recebeu o nome de James Brady, um ex-secretário de imprensa que ficou gravemente ferido na tentativa de assassinato do ex-presidente Ronald Reagan, e se tornou um defensor de novas leis para o controle de armas.

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