Obama não divulgará relatório do Senado sobre torturas da CIA mas vai conservar cópia

AFP
Publicado em 13/12/2016 às 10:53.Atualizado em 15/11/2021 às 22:03.

O presidente Barack Obama não divulgará o relatório do Senado sobre a utilização de técnicas de torturas pela CIA, mas conservará uma cópia que permanecerá em sua biblioteca presidencial, informa uma carta da Casa Branca divulgada na segunda-feira.

Algumas pessoas estavam preocupadas com as intenções do presidente eleito Donald Trump, já que temiam que todas as cópias do relatório secreto e embaraçoso de 2014 fossem destruídas pela nova administração, que tomará posse em 20 de janeiro.

Mas uma carta do conselheiro da Casa Branca, Neil Eggleston, enviada à senadora Dianne Feinstein, vice-presidente do Comitê de Inteligência, indica que o documento de 6.700 páginas será conservado.

Obama estipulou que o relatório permaneça confidencial por pelo menos 12 anos.

"No momento, não consideramos a publicação de todo o estudo", afirma a carta envida a Feinstein.

O relatório sobre os interrogatórios agressivos praticados pela CIA detalha os métodos brutais usados pela agência e nas prisões secretas de serviços aliados, incluindo a simulação de afogamento ("submarino"), para obter informações dos suspeitos de terrorismo após os ataques de 11 de setembro de 2001.

O documento também destaca a existência de sérias dúvidas sobre a eficácia das técnicas de interrogatório vigentes durante o mandato de George W. Bush e proibidas por Obama pouco depois de tomar posse.

Várias cópias do relatório foram distribuídas a membros importantes da comunidade de inteligência, mas em 2015, quando os republicanos assumiram o controle do comitê no Senado, seu novo presidente, Richard Burr, tentou recuperar todos os exemplares distribuídos.

Desde então, vários democratas pediram a publicação do relatório, com o temor de que os republicanos sumissem com o documento.

A medida anunciada por Obama garante que pelo menos uma cópia vai sobreviver, mas sem possibilidade de se tornar pública antes de 2029.

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