Obras que frustram a população de Belo Horizonte

Do Hoje em Dia
02/01/2013 às 07:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:13

  É decepcionante, tendo em vista as necessidades da cidade, a lista de obras da Prefeitura de Belo Horizonte que deverão ser concluídas neste ano. As que se destacam, até mesmo pelo volume previsto de gastos, são aquelas do BRT – o transporte rápido por ônibus – e a duplicação de menos de cinco quilômetros da avenida Pedro I para melhorar a ligação entre Pampulha e Venda Nova. Há na lista até mesmo obras que não são de responsabilidade direta da Prefeitura, como o Centro Cultural Banco do Brasil e o Centro de Cultura no prédio do antigo Cine Brasil, comprado pela V&M do Brasil e Fundação Sidertube, que estão investindo na obra.   O mais curioso, nessa lista, é o coreto da Praça da Liberdade, que está interditado desde março de 2011 para recuperação, pois ameaçava desabar. Um ano depois, foi assinado termo de cooperação entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico que tombou o coreto em 1977, o BDMG Cultural e a Anoreg, associação de donos de cartórios, para a obra de restauração estimada na época em aproximadamente R$ 120 mil. Na lista da prefeitura, o novo prazo para a reinauguração do coreto é julho, a tempo da comemoração de seu primeiro século de existência.   Não se sabe quanto a prefeitura está investindo no coreto e nem há informações sobre o que vai aplicar na revitalização de jardins feitos por Burle Marx na Pampulha, quando Juscelino Kubitschek era prefeito. É uma boa lembrança essa recuperação de jardins tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal, numa cidade cada vez mais carente deles. Os que existem ainda floridos e verdejantes são os adotados por empresas privadas, como o da Praça da Liberdade. Na lista da prefeitura brilha mais uma vez, pela ausência, a ampliação do metrô. A obra anunciada pela prefeitura pouco antes das eleições, para levar o metrô até a Savassi, está destinada a grandes atrasos.   Pois têm sido uma constante tais atrasos, que em geral prejudicam muito a população que precisa dessas obras. É uma cultura de administração que deve mudar. E o atraso que se viu ontem na posse do prefeito e dos vereadores é mau sinal. Marcada para as 14 h no plenário da Câmara Municipal, a solenidade começou 54 minutos mais tarde. Mas Marcio Lacerda, em seu discurso, se mostrou satisfeito com o estado de coisas. Declarou que a cidade “está tendo o maior volume de obras de sua história” e que hoje temos uma Belo Horizonte melhor. Não é mau termos um prefeito otimista.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por