A polícia deteve nessa sexta-feira (7) oito homens suspeitos de terem cercado o carro que levava o filho e a neta do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no Morumbi. O bando foi preso em uma residência no bairro Campo Belo, em Campinas, e levado para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na capital.
Segundo os investigadores, dois dos detidos estariam diretamente envolvidos na ação. Com eles foram apreendidos armas, telefones e uma lista de celulares - que indicou a ligação entre os acusados.
A polícia conclui que a abordagem, que terminou em tiroteio com a escolta de Thomaz Alckmin, foi um crime comum. Apesar de o inquérito ainda não ter sido encerrado, os agentes do Deic e da Casa Militar já descartaram outras motivações.
A Secretaria da Segurança Pública não dá mais detalhes da investigação para não atrapalhar as buscas - e limita-se a dizer que a motivação só será avaliada após as prisões. Também evita dizer que o caso está esclarecido. A polícia chegou a mostrar nesta semana um suspeito detido para os PMs que faziam parte da segurança do filho e da neta do governador no momento da ação. Ele não foi reconhecido pela equipe.
Abordagem
O filho e a neta do governador ficaram no meio do fogo cruzado entre a escolta e um grupo de quatro homens armados que os abordaram no Morumbi. Thomaz dirigia um Hyundai i30 e levava a filha de 9 anos para a casa da mãe, às 21h20, quando o motorista de um Nissan Tiida, que seguia à frente, fez uma manobra (cavalo de pau) e fechou a passagem.
A abordagem aconteceu em uma alça de acesso da Marginal do Pinheiros. Ao sair do Nissan, os bandidos teriam gritado "Mata!" duas vezes. A investigação apontou que esses gritos foram direcionados para os próprios PMs, quando os bandidos perceberam que estavam diante de policiais. Havia quatro PMs em dois veículos atrás do carro do filho do governador. O veículo não era blindado.
Segundo a polícia, os seguranças se posicionaram de forma a garantir que pai e filha saíssem ilesos. Policiais acreditam que ao menos um dos bandidos tenha sido ferido: o carro foi encontrado 400 metros depois, com manchas de sangue. Eles teriam fugido para a Favela Real Parque, próxima do local da abordagem.
A vistoria realizada nos carros usados pelas vítimas e pela escolta não encontrou nenhum projétil que tivesse acertado os automóveis.
Repercussão
O caso reforçou o clima de tensão entre a Casa Militar e assessores de Alckmin. Os militares pressionam para que o governador e a família aceitem reforço da segurança. Em várias ocasiões, porém, o filho pediu dispensa da escolta e o próprio governador usa carros sem blindagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.