Piorou o estado de saúde da onça atropelada quinta-feira, 3, por um veículo Gol, na rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Agudos, no interior de São Paulo. As cirurgias marcadas para esta sexta-feira foram adiadas pela equipe do Hospital Veterinário da Universidade Estadual Paulista (HV/Unesp), de Botucatu, porque o animal poderia não aguentar as intervenções.
As cirurgias servem para corrigir fraturas no úmero do membro anterior dianteiro esquerdo e no fêmur do membro posterior traseiro, também do lado esquerdo, mas um sangramento no pulmão impede que os veterinários façam a correção.
"Ele apresentou problemas na hemodinâmica e devido à hemorragia no pulmão decidimos adiar a operação. Vamos mantê-lo estabilizado, com hidratação e anti-inflamatórios e corticoides, até que se recupere e possa suportar as cirurgias, possivelmente na semana que vem", disse o veterinário Carlos Roberto Teixeira, coordenador do Centro Médico de Pesquisas em Animais Selvagens (Cempas), do HV, onde o animal passa por tratamento.
A onça, um animal macho, adulto, de 56 quilos, impressionou os especialistas pelo porte. Ele foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros e Zoológico de Bauru que, devido à gravidade dos ferimentos, o transferiram ao HV. Além das fraturas, a onça sofreu traumatismo craniano, com lesões no ouvido e no olho, e hemorragia no pulmão.
Caso o animal sobreviva às cirurgias, os veterinários terão o maior desafio pela frente: controlar o animal selvagem num pós-operatório de 90 dias em cativeiro. Como as fraturas foram do lado esquerdo, a onça terá dificuldade de se manter em pé, sem sofrer muitas dores, o que poderá levá-la a se debater e a colocar em risco as cirurgias. "Ele poderá sofrer muito, mas se isso ocorrer, teremos de usar a eutanásia", explicou Teixeira.
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