Onda de atentados deixa pelo menos setenta mortos no Iraque

Guillaume Decamme - AFP
10/06/2013 às 21:35.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:00

BAGDÁ - Uma onda de atentados, praticados principalmente nas zonas majoritariamente sunitas, deixou nesta segunda-feira 70 mortos e mais de 230 feridos.

Mossul, uma cidade de maioria sunita localizada 350 quilômetros ao norte de Bagdá, foi sacudida por cinco atentados com carros-bomba à noite, que mataram 29 pessoas, de acordo com um médico do hospital da cidade e um general do Exército.

Esta série de atentados, que também deixou 80 feridos, teve como alvo as forças de segurança iraquianas.

"Recebemos muitos corpos. A maior parte deles era de membros das forças de segurança", declarou à AFP o doutor Anuar Abed al-Juburi do Hospital Geral de Mossul.

Outros atentados atingiram Kirkuk e sua região, Tikrit e Tuz Khurmatu, deixando 16 mortos.

Mais cedo, um triplo atentado em um mercado na cidade de maioria xiita de Judaida al-Chat, na província de Diyala, matou 13 pessoas.

"A Al-Qaeda está por trás deste ataque terrorista", disse à AFP Mohammed al-Zaidi, um vendedor de legumes que ficou ferido em um dos atentados de Judaida al-Chat. O grupo extremista sunita tenta "aumentar o ódio religioso em nossa região, quando vivemos em perfeita harmonia com os sunitas", afirmou.

Em um outro mercado, em Taji, ao norte de Bagdá, um outro atentado deixou sete mortos.

Durante a noite, e Madain, ao sul da capital, um atentado suicida com carro-bomba contra a Polícia e o Exército deixou quatro mortos.

Em Bagdá, um duplo atentado a bomba no bairro xiita de Sadr City deixou um morto e oito feridos.

A frequência e intensidade da violência no Iraque aumentam o temor de um retorno ao conflito religioso de 2006-2007. Segundo as Nações Unidas, mais de mil pessoas morreram em ataques desde maio.

Martin Kobler, chefe da missão da ONU no país, considerou recentemente que o Iraque está "prestes a explodir".

O aumento dos episódios de violência coincide com a grave crise política e com um amplo movimento de contestação da minoria sunita, que exige o fim da estigmatização sofrida e a renuncia do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki.

Observadores e especialistas também consideram que o fracasso das autoridades em combater de fato as origens da ira sunita apenas aumenta a ação dos insurgentes.

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