ONU enviará 100 inspetores de armas químicas à Síria

AFP
Publicado em 08/10/2013 às 07:45.Atualizado em 20/11/2021 às 13:09.

NOVA YORK - A ONU enviará cerca de 100 especialistas à Síria, que deverão permanecer um ano no país para supervisionar a destruição de armas químicas, em uma missão que representa um risco sem precedentes, anunciou nesta segunda-feira (7) o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

A missão "buscará conduzir uma operação que por suas características, para dizer simplesmente, jamais foi empreendida", disse Ban em relatório entregue ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Uma equipe formada por especialistas das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) ficará encarregada de destruir o arsenal químico do regime de Bashar al Assad, cumprindo a resolução do Conselho de Segurança aprovada no dia 27 de setembro.

A decisão de enviar a equipe de especialistas à Síria foi possível após um acordo entre Estados Unidos e Rússia, que se seguiu ao ataque químico contra um subúrbio de Damasco, em agosto passado, que matou centenas de civis.

Um pequeno grupo de especialistas da OPCW já está na Síria para iniciar a destruição das instalações de produção de armas químicas.

Por recomendação de Ban, o grupo precursor será reforçado por dezenas de especialistas, que permanecerão na Síria por no máximo um ano. A missão terá seu quartel-general em Damasco e uma base em Chipre.

Com base no acordo russo-americano, aprovado pela OPCW e pelo Conselho de Segurança, as armas químicas na Síria deverão estar destruídas até meados de 2014.

Ban destacou a grande ameaça que representa para os especialistas e os civis as cerca de mil toneladas de gases sarin e mostarda, além de outros produtos químicos do arsenal sírio.

As armas são "perigosas de manipular, perigosas para o transporte e perigosas para serem destruídas".

"Minhas duas maiores prioridades são a eliminação do programa de armas químicas sírias e a segurança do pessoal da missão, que foi voluntário para realizar esta vital mas perigosa tarefa", destacou o secretário-geral.

Após vários dias de verificação, os primeiros especialistas da missão conjunta supervisionaram a destruição por funcionários sírios das primeiras ogivas de mísseis, bombas e equipamentos de fabricação de armas químicas.

Desde que desembarcaram na Síria, em 1º de outubro, as equipes também "observam, verificam e reportam" se o governo de Bashar al-Assad forneceu informações apropriadas sobre o arsenal químico.

Em um comunicado publicado no site da organização, a OPCW elogiou a cooperação das autoridades sírias no desmantelamento do arsenal químico.

Os especialistas tiveram conversas "construtivas" com o regime de Assad sobre a lista de armas químicas enviada à OPCW.

O secretário de Estado americano, John Kerry, também elogiou a primeira operação de destruição do arsenal químico.

"O processo começou em prazo recorde e estamos agradecidos à Rússia por sua cooperação e certamente à Síria por seu consentimento", declarou Kerry em uma entrevista coletiva conjunta com o chanceler russo, Serguei Lavrov, ao fim de uma reunião na ilha indonésia de Bali.

"Penso que é extremamente significativo que ontem, domingo, uma semana depois da adoção da resolução (na ONU), tenham sido destruídas armas químicas. Penso que isto honra o regime de Damasco, com toda franqueza. É um bom começo e nós o recebemos favoravelmente", completou. 

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