A Organização das Nações Unidas (ONU) responsabilizou Israel por sete ataques a escolas da instituição na Faixa de Gaza, durante a ofensiva militar no verão de 2014 contra o reduto palestino, em relatório divulgado nessa terça-feira (28). Os ataques israelenses a essas escolas, de 16 de julho a 26 de agosto de 2014, provocaram pelo menos 44 mortos e 227 feridos entre os civis palestinos que as usavam como abrigo.
O relatório confirma também que existiam armas em três escolas geridas pela agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) por grupos armados palestinos que combatiam as forças israelenses.
A comissão que fez o inquérito admitiu que combatentes palestinos usaram duas dessas escolas para lançar ataques. Em cada um dos sete incidentes relatados em que houve vítimas e estragos causados por tiros de artilharia ou mísseis nas escolas, ou nas suas proximidades, os investigadores da ONU responsabilizaram os militares israelenses.
Acrescentaram que, em alguns dos casos, as testemunhas não constataram qualquer atividade de grupos palestinos, nas escolas ou nas suas proximidades, que justificassem os ataques israelenses.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nomeou em novembro de 2014 um grupo de peritos independentes, presidido pelo holandês Patrick Cammaert, para investigar os ataques às instalações da ONU durante a ofensiva militar israelense em Gaza contra o grupo palestino Hamas.