O Secretário-Geral da Organizações das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, vai rever um acordo alcançado com a Síria para investigar o uso de armas químicas no país antes mesmo de os detalhes terem sido anunciados, segundo um porta-voz da ONU disse no sábado. Ban se reunirá em Nova York na segunda-feira com os dois emissários que alcançaram o acordo, completou a porta-voz da ONU, Morana Song, à agência France Presse.
A ONU e o governo da Síria haviam dito em uma declaração conjunta emitida na sexta-feira que um acordo tinha sido alcançado "para avançar" nas investigações, na sequência da visita a Damasco de Ake Sellstrom, chefe dos inspetores da ONU, e de Angela Kane, enviada da ONU para desarmamento. O comunicado não dizia, no entanto, se os inspetores da ONU poderiam ter livre acesso à na Síria, como Ban havia exigido.
"Kane e Sellstrom deverão informar o secretário-geral na segunda-feira sobre o resultado da visita à Síria", disse Song. "Não temos mais nenhum comentário a fazer até que o Secretário-Geral tenha a oportunidade de se informar sobre a visita e analisar a situação", completou a porta-voz.
Kane e Sellstrom estiveram em Damasco entre quarta-feira e quinta-feira. Eles se reuniram com o chanceler Walid al-Muallem e com o vice-primeiro-ministro Qadri Jamil, de acordo com a declaração conjunta divulgada na sexta-feira. "As discussões foram completas e produtivas e levou a um acordo sobre o caminho a seguir", acrescentou o comunicado, sem dar qualquer outro detalhe.
A ONU diz que recebeu 13 relatos de ataques de armas químicas durante os 28 meses de conflito. Ban pediu acesso generalizado para investigar todas as alegações. A Síria insiste, no entanto, que a ONU investigue apenas suas próprias denúncias de que os rebeldes da oposição utilizaram armas químicas na cidade de Khan al-Assal, em 19 de março.
Grã-Bretanha, França e Estados Unidos dizem que todos os ataques foram realizados por forças do presidente sírio, Bashar al-Assad. A Rússia, o principal aliado de Assad, diz que seu inquérito concluiu que os rebeldes da oposição usaram gás sarin em Khan al-Assal. Fonte: Dow Jones Newswires.