Operação desmonta quadrilha de roubo de carros de luxo

Marcelo Portela
02/04/2013 às 18:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:29

Uma quadrilha especializada em roubar carros de luxo no Brasil e enviar os veículos para países vizinhos foi presa por meio de uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais. Conhecido como "Doutor do Crime", o advogado paranaense Evangevaldo Castanheira do Santos, de 43 anos, é apontado como chefe do grupo, que também tinha a participação de uma despachante de Caraguatatuba (SP) encarregada de providenciar a documentação falsa usada para "esquentar" os carros roubados, todos avaliados em mais de R$ 100 mil.

A "Operação Lobo de Ferro" foi desencadeada após aproximadamente dois anos de investigações conjuntas realizadas pelo Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) da polícia e pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCOC) do MPE. A apuração teve início depois que parte da quadrilha roubou uma caminhonete  Amarok dentro da concessionária Godiva veículos, em São Gotardo, na região do Alto Paranaíba. Durante as investigações, a polícia descobriu que os veículos levados pelo grupo - pelo menos dez, segundo a polícia - tinham placas, lacres e documentação forjadas e eram vendidos no Paraguai, Bolívia e Peru.

Durante a operação, foram presos em Minas, além de Castanheira, Webert Warne Brito de Oliva ("Grande"), Avides Luiz Batista ("Tikim"), Carlos Roberto Gonçalves de Lima, Watson Bruno Menezes, Jefferson Fernandes de Azevedo, Jackson Marconi Silva ("Pio") e Roberto de Paula Guides. Em Caraguatatuba, a polícia prendeu Márcia de Fátima Barboza de Lima, conhecida como "Fátima Despachante", responsável por providenciar os documentos e placas fraudados.

A Polícia prendeu parte da quadrilha no estacionamento do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, para onde os carros roubados eram levados até que deixassem de ser procurados por satélite. Os suspeitos aguardavam cerca de uma semana para adulterar as placas e entregarem ao responsável que os levava para a fronteira.

Castanheira negou a participação no crime, apesar de assumir já ter sido preso pelo mesmo crime e ser acusado de roubo e tráfico de drogas no Paraná. "Vim me apresentar ao juiz para ser ouvido. Fizeram uma investigação errada e vou provar que não fui eu", disse o suspeito, que alega atuar como advogado e com gado de corte.

De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação "Lobo de ferro" remete ao significado de Amarok, em esquimó.
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