Desde que foi confirmada a eleição do governador Romeu Zema em Minas Gerais eu tenho ouvido uma série de “nunca se viu”.
Nunca se viu um candidato que estava em terceiro lugar até a véspera do primeiro turno terminar em primeiro lugar nos dois turnos e com uma margem tão expressiva.
Nunca se viu uma proposta de redução de gastos tão profunda, aliada a um propósito firme de combater a situação fiscal do Estado com desenvolvimento econômico ao invés de elevação da arrecadação.
Nunca se viu uma disposição tão clara em promover o ajuste fiscal, com foco em eficiência.
Nunca se viu um combate tão aberto ao apadrinhamento político e ao aparelhamento do Estado, aliado a um compromisso de valorização dos quadros próprios do Estado.
Nunca se viu disposição para formação de um secretariado técnico, sem espaço para formação de feudos políticos para compra de apoio legislativo.
Nunca se viu tanta disposição para diálogo, com compromisso de presença física na Assembleia para prestação de contas por reconhecer a relevância de uma relação republicana com a Assembleia, sem troca de favores.
São várias as surpresas que esse novo governo anuncia, compatíveis com o tamanho do desafio que enfrentará. Mas não há medo nem insegurança. Ao contrário, a cada vez que converso com o governador e com o vice o que tenho é a renovação da esperança e do respeito por homens que saíram de suas zonas de conforto para enfrentar um desafio grave, mas que representa uma oportunidade extraordinária: demonstrar que é possível fugir da realidade política atual, inaugurando um outro momento da gestão pública, em que interesses políticos sejam laterais e a eficiência possa devolver o Estado à função original: prover serviços de educação, saúde e segurança, com qualidade, devolvendo o espaço econômico à população que trabalha e produz.
Ao longo dos meses é possível e até provável que os desafios levem a medidas duras, mas que, já sei, contarão com o apoio dos servidores, da Assembleia e da população como um todo. Pois impopular não é ser responsável; impopular é pagar salários atrasados, prejudicar municípios com atraso de repasses e condenar o Estado ao empobrecimento gradual. É com isso que temos de romper e esse é o desafio que, volto a dizer, não é maior do que a oportunidade nem do que a vontade e capacidade desses homens de mudar a trajetória da política em Minas.
Os mineiros são mesmo assim, lançadores de moda, de coisas que nunca foram vistas em outras partes, mas que começam aqui para serem logo absorvidas em toda parte. Já exportamos grandes exemplos políticos, está na hora de voltar a fazê-lo.
Os inconfidentes voltaram!