Estamos em uma semana muito especial, em que duas datas muito importantes são comemoradas, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (02/04) e o Dia Nacional do Sistema Braille (08/04). Para muitos, estas são apenas datas, mas quem conhece de perto e acompanha os desafios dos cegos, das pessoas com baixa visão e dos autistas, sabe que estas são mais que meros dias marcados no calendário, são um convite para reflexão e para a busca por resoluções que minimizem as dificuldades que uma sociedade pouco inclusiva impõe.
Infelizmente o preconceito e o desconhecimento ainda imperam no Brasil, o que em tese não faz sentido, uma vez que cerca de 400.000 pessoas já leem Braille no Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro. Dentro desse grupo heterogêneo estão pessoas com baixa visão, cegas e entusiastas da causa.
Quanto mais falarmos sobre Braille e difundirmos informações corretas sobre o sistema e sobre como aprender e ensinar o mesmo, mais acessível esse se tornará, e mais as pessoas cegas ou com baixa visão terão acesso à leitura, o conhecimento e a comunicação como um todo.
A deficiência não pode e não deve ser uma barreira que separa o deficiente do conhecimento, do bem-estar e da plena comunicação. É dever de cada cidadão e de cada governante incitar o debate e a difusão de informações que estimulem a busca pelos meios de comunicação de cada cidadão, seja Braille ou Libras.
Tratando-se do sistema de Libras, aproveito para destacar o Projeto de Lei 3098/2021, de minha autoria, que garante às gestantes surdas o direito de serem acompanhadas por intérpretes de Libras antes, durante e depois do parto, proporcionando assim mais dignidade a essas mulheres.
Enquanto presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, tenho como dever buscar e propor alternativas e soluções que contemplem essa parcela da sociedade, junto ao governo de Minas. Neste sentido, fui um aliado na luta pela emissão da CIPTEA; Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista em Minas. O documento garante o direito à prioridade em serviços e tratamentos ao autista. Também sou autor do Projeto de Lei 2840/2021 que propõe sessões adaptadas mensais em cinemas de toda Minas Gerais, ambas medidas pensadas para garantir o direito dos autistas ao bem-estar, ao lazer e à cultura.
Sendo deficiente ou não, a verdade é que todos têm o dever de respeitar e o direito de serem respeitados, e com respeitados eu quero dizer que tenham garantidos pelo estado seus direitos à saúde, educação, trabalho, lazer e cultura.
“Como as aves, as pessoas são diferentes em seus voos, mas iguais no direito de voar.” - Autor desconhecido.