Nas últimas semanas tem circulado o seguinte movimento nas redes sociais: Tombe a Serra do Curral, o qual tem meu total apoio.

Diante das investidas da mineração predatória contra nosso patrimônio ambiental, nós, mineiros, não podemos nos calar e permitir que mais um absurdo avance comprometendo ainda mais a qualidade de vida dos moradores de Minas Gerais.

O aval já foi dado. A mineradora Taquaril Mineração S.A (Tamisa) recebeu a autorização do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para explorar a Serra do Curral, patrimônio ambiental que se estende por Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará. Não bastando a ofensiva contra as matas mineiras, os diretores da mineradora em questão são os mesmos da construtora Cowan, que ficou conhecida por carregar a responsabilidade pelo desabamento do viaduto dos Guararapes, que desabou em 2014, fazendo 25 vítimas, sendo duas fatais.

A mineração é uma necessidade, e Minas é um lugar rico desses recursos, mas isso não significa que devemos continuar devastando nossas serras mais importantes e que mais afetam a qualidade de vida do povo mineiro. Existem outras opções mais viáveis, é isso que queremos que fique claro. O problema não é minerar, mas onde se minera.

Dentro da vasta gama de razões pelas quais a Serra do Curral não deve ser explorada, estão: risco de erosão do Pico de Belo Horizonte, risco de decaimento na qualidade do ar, risco de comprometimento da segurança hídrica e risco ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Todas razões legítimas, o que não é legítimo são as iniciativas que ameaçam consideravelmente o meio ambiente, colocando a fauna, a flora e a população em risco.

Muitos políticos, artistas e grande parte da sociedade têm se mobilizado. É lindo ver a preocupação verdadeira de autoridades e principalmente do nosso povo com nossas riquezas naturais. Reitero mais uma vez: nenhuma iniciativa que agrida consideravelmente o meio ambiente é legítima. E o poder de decisão está com o povo, por isso é tão importante essa mobilização junto ao apelo aos governantes. Há pouco tempo quem estava ameaçada era a Serra da Piedade, e me posicionei terminantemente contrário às ações de uma mineração desenfreada e inescrupulosa, e permanecerei me opondo a esse tipo de prática irresponsável que só visa o lucro das grandes mineradoras do nosso estado.

Aproveito então, esse espaço, para deixar meu apelo: deixem a nossa serra em paz! Não é destruindo um dos nossos maiores patrimônios ambientais que traremos progresso e avanço ao nosso estado. O caminho não é esse, definitivamente.