A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe mudanças para o mundo inteiro. Fomos desafiados a repensar e adaptar padrões e comportamentos. E entre tantas restrições, muitas instituições de ensino permanecem fechadas desde março. Com o recente aumento de casos de Covid-19, voltamos a ter pouca previsão de retorno às aulas presenciais.

Como professor, pai e defensor da educação, acompanho de perto as dificuldades para a oferta do ensino à distância e a adaptação dos profissionais, alunos e familiares aos novos modelos oferecidos.

Vimos a desigualdade social em relação à educação crescer exponencialmente. Segundo dados da Secretaria de Estado de Educação de Minas (SEE/MG), aproximadamente, 700 mil alunos não têm condições de acompanhar as aulas transmitidas pela TV ou pela internet.

O planejamento do governo de Minas para o estudo não-presencial está disponível no site estudeemcasa.educacao.mg.gov.br. Há ainda aplicativo, apostilas online e o programa de TV “Se Liga na Educação”, transmitido pela Rede Minas. Mesmo com todas as ferramentas adotadas é grande o número de alunos com acesso limitado ao conteúdo.

Na rede municipal de Belo Horizonte, a vida dos estudantes está ainda mais confusa. Sem previsão de volta às aulas e com sistema remoto limitado, eles são deixados de lado. Em contrapartida, a maioria das instituições particulares rapidamente se adaptou ao formato online, com aulas em tempo real ministradas pelos professores. Isso deixa mais evidente os entraves da rede pública e torna ainda mais desigual a formação dos estudantes e a disputa por vagas na universidade.

Como consequência, o Enem - Exame Nacional do Ensino Médio se tornou alvo de polêmicas. O exame, geralmente realizado no mês de novembro, foi remarcado para janeiro de 2021.

O momento é muito delicado. 2020 chega ao fim e perguntas essenciais continuam sem respostas: quando retornar às aulas presenciais? Quais serão os critérios para a volta? O tipo de suporte que será oferecido aos alunos com problemas de saúde impossibilitados de retornar às escolas? Quais serão as medidas para atender com qualidade os estudantes com deficiência? Como ficam os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA)?

São questionamentos difíceis e as respostas serão construídas com a ajuda de todos. O governo de Minas disponibilizou consulta pública para ouvir pais, alunos e professores para elaboração do melhor modelo de ensino a ser adotado em 2021. O formulário eletrônico está disponível no site estudeemcasa.educacao.mg.gov.br e, também, nas redes sociais da SEE/MG.

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