Professor WendelFormado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade

Guerra sem vencedores

Publicado em 14/03/2022 às 06:00.

Hoje, qualquer pessoa que tenha acesso à internet e aos demais meios de comunicação está por dentro do cenário caótico configurado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Mas o que está por trás dessa guerra, e mais, como parar esse conflito?

Ninguém sabe ao certo o que de fato engatilhou o confronto entre os dois países vizinhos. O que sabemos é que desde 1991, com a dissolução da União Soviética, momento em que a Ucrânia se declarou como república independente, a nação ucraniana voltou seus olhos para a União Europeia e demonstrou interesse em fazer parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A independência da Ucrânia e a sinalização favorável a se unir à maior organização político-militar do mundo - composta por 30 países - não agradou o presidente da Rússia Vladimir Putin, que passou a enxergar tal junção como uma ameaça militar.

As divergências ideológicas e políticas entre o presidente russo e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, resultaram nessa tensão global. Diante desse embate, que poderia ter sido evitado caso ambos os governantes estivessem dispostos a exercitar a diplomacia e dialogar de maneira saudável e responsável, famílias inteiras se separaram, forçadas a buscar refúgio em outros países. E até então o saldo desse conflito são mortes, dor, tristeza e impactos sociais e econômicos no mundo inteiro, e tudo isso em função do ego e da vaidade de governantes que não priorizam a vida e o respeito.

Não bastando o cenário de guerra e de destruição dos ataques à Ucrânia, do outro lado do globo algumas pessoas seguem fazendo o desfavor de compartilhar fake news e extravasar opiniões dignas de repúdio. O deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val, mais conhecido como “Mamãe Falei”, mostrou insensibilidade ao proferir falas de caráter misógino e xenofóbico ao apelar para afirmações sexistas a respeito das mulheres da Ucrânia. Ele disse em áudios divulgados em rede social que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

Essa falta de respeito e empatia diz muito não apenas sobre a guerra ou sobre discursos de ódio, mas também reflete sobre a forma como a humanidade tem se comportado. Mesmo com todo o avanço tecnológico, o homem cede a seus instintos mais primários e opta pela violência, pela guerra.

Até quando? Espero que não seja tarde demais para dar um passo para trás e passar por cima do orgulho. O mundo clama para que o ódio coletivo se dissolva, para que possamos assim enxergar o outro como a nós mesmos e nos permitirmos viver em um mundo ideal, onde o respeito e a empatia prevaleçam.

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