Mal piscamos e já adentramos o mês de abril, e o questionamento que vem junto ao início do mês é: o que esse mês tem de diferente e o que podemos tirar de reflexão dele?
O mês de conscientização do autismo ou apenas Abril Azul é comemorado todos os anos no Brasil e tem por objetivo evidenciar a luta pelos direitos da pessoa autista, promover a inclusão social e derrubar tabus, bem como ampliar a discussão acerca da importância de se pensar políticas públicas eficientes que atendam as necessidades desse grupo efetivamente; inclusão social, acesso à terapias, medicamentos e sobretudo oportunidades!
Ao contrário do que é erroneamente propagado por pessoas que não tiveram acesso à maiores informações sobre o que é o TEA, o transtorno do espectro autista não diz respeito apenas à um conjunto fechado de comorbidades específicas.
O transtorno do espectro autista varia em grau e intensidade, podendo se manifestar de diferentes maneiras ao longo da vida.
É necessário desconstruir a ideia de que o autismo é necessariamente incapacitante. Essa neuro atipicidade é apenas uma peça de quebra cabeça que compõe uma individualidade muito maior.
Logo, pensar em políticas públicas para pessoas com TEA é uma tarefa que não deve parar na preocupação em articular melhorias para o campo da saúde, e sim se estender à preocupação com a garantia de oportunidades no mercado de trabalho e com a acessibilidade em escolas, faculdades, ambientes culturais; teatros, cinemas, galerias de arte e etc.
Um tópico importante a ser levantado quando entramos na pauta inclusão social para a pessoa autista é a necessidade da conscientização acerca do não uso de termos capacitistas, tendo vista que o uso desses termos corrobora diretamente para que portas se fechem, ao invés de se abrirem, já que com o rótulo vem o preconceito e este não permite ver nada além de estereótipos que apenas reafirmam conceitos infundados e ultrapassados.
A cada dia mais pessoas autistas têm se engajado em projetos, movimentos sociais, tanto nas redes sociais quanto fora da telinha. Mais que assegurar que essas vozes sejam ouvidas de fato, é necessário fazer com que sejam amplificadas, afim de alcançar mais e mais pessoas e espaços, principalmente o espaço político, que ainda remonta à um cenário de pouca representatividade.
Juntos somos capazes de montar esse quebra-cabeça azul e vencer o preconceito!
Formado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade