Professor WendelFormado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade

Um olhar mais inclusivo

Publicado em 13/12/2021 às 06:00.Atualizado em 14/12/2021 às 00:37.

Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual severa, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão. Um número expressivo, que faz contraste com a baixa acessibilidade urbana e social para este grupo. O fato é que infelizmente a população de deficientes visuais no Brasil tem de lidar com dificuldades que lhe escapa a resolução.

O muro do preconceito é um divisor de águas na vida do deficiente visual, desde a infância, na dificuldade de aprendizado por falta de recursos adaptados, até a dificuldade na integração social e criação de laços. Os desafios se expandem na vida adulta, quando é chegado o momento de cursar um curso superior e na hora de se inserir no mercado de trabalho sem muito espaço para pessoas com deficiência.

Olhando de qualquer ângulo, fica em evidência que a falta de visão é o menor dos desafios para o cego, quando consideramos a nossa estrutura social, na qual infelizmente temos pouca inclusão. O despreparo no trato com essa parcela significativa da população, afeta negativamente sua qualidade de vida, criando abismos ao invés de pontes.

Tendo em vista que o preconceito e a falta de inclusão são os principais fatores que tornam a vida do cego no Brasil ainda mais desafiadora, fica explícita a necessidade de iniciativas que avancem contra a corrente, oferecendo mais qualidade de vida e dignidade. Este é o caso da Associação de Cegos de Santa Luzia (ACSL), que é referência em Minas Gerais, justamente por ser um espaço que acolhe, oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal, preparo e recursos para a inserção com maior facilidade no mercado de trabalho, faculdade e em outros espaços. A Associação que fica em Belo Horizonte é também morada para muitos que ainda não possuem recursos para viver por conta própria. Dessa maneira, a ACSL oferece suporte para os cegos não apenas da capital, mas também de diferentes regiões do Estado.

E foi pensando em todo o trabalho maravilhoso e necessário que a ACSL realiza, que me sensibilizei. E hoje, no dia 13 de dezembro, Dia do Cego, fico feliz em destacar a destinação de emenda parlamentar do nosso mandato, no valor de R$ 50 mil, para reformas no prédio da associação e para a manutenção dos serviços lá prestados. Acredito na importância de iniciativas e espaços que promovam e incentivem a inclusão, afinal, juntos somos mais fortes, e só seremos mais fortes quando todos nós tivermos as mesmas oportunidades e dignidade.

Na construção de um mundo mais inclusivo, é essencial que fechemos os olhos para o preconceito, para que assim possamos sentir que somos todos iguais em nossas diferenças.

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