Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

A República paulistana

Publicado em 20/04/2016 às 21:35.Atualizado em 16/11/2021 às 03:03.

Leandro Mazzini

A tropa de elite do vice-presidente Michel Temer já articula escancaradamente um novo Governo. O grupo “mudou-se” para São Paulo, onde fica boa parte da semana, concentra-se num hotel de luxo, enquanto o vice recebe potenciais nomes para um futuro governo em sua residência. Entre idas e vindas de suas bases para São Paulo, os generais do front na República paulistana são Geddel Lima, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Tadeu Filippelli, Henrique Alves.

#Fidelidade
Ainda é um mistério quantos ministérios Temer vai cortar. O certo é que haverá uma cadeira importante para Tadeu Filippelli. 

Desempregados
Geddel foi visto ancorado no ex-ministro dos Transportes César Borges, seu ex-parceiro de chapa na Bahia, em busca de novo emprego na Era Temer. Que partido vai bancar?

Demissão coletiva
Edinho Silva, Berzoini e Wagner preparam gavetas para saírem junto com a presidente Dilma dia 11. Têm chamado às falas seus principais apadrinhados em ministérios. 

Bancada sem votos 
Os suplentes brilharam ontem no Senado. Pela primeira vez desde que assumiu em 2011, Zezé Perrella (PDT-MG) presidiu sessão. Na 1ª fila, mesmo debilitado, o segundo suplente (isso mesmo) do cassado Demóstenes Torres, Fleuri Ribeiro, ficou por horas. Hélio José (PSD-DF) entrou vestido de Don Corleone e demorou a tirar óculos de sol. 

Obrigado, mas..
O deputado Sinval Malheiros (PTN-SP), sósia – muito parecido mesmo – de Jovair Arantes (PTB-GO), tem sido parado por admiradores que o confundem com o relator do impeachment. Ele ri amarelo, agradece e se apresenta.

Comemoração prévia 
A bancada do Solidariedade se reuniu com Temer no sábado à tarde, no Palácio do Jaburu, para confraternizar. Capitaneados por Paulinho da Força (SP), o grupo votou em peso contra Dilma no dia seguinte. São todos aliados de Eduardo Cunha. 

Diário Oficial
A debandada já começou no Planalto. Funcionários de segundo e terceiro escalões são remanejados para estatais. 

Sem folga 
Feriadão, que nada. Eduardo Cunha determinou. Tem expediente normal na Câmara dos Deputados amanhã. Só para servidores. 

Cerco ao Barba
Integrantes do Movimento Brasil Livre assediaram – até com oferta de “gorjeta” – funcionários do hotel Royal Tulip, onde Lula está hospedado e montou seu QG político. O MBL queria ter acesso ao saguão do hotel para fazer protestos, mas foram barrados.

“Não vamos cair”
Apadrinhados da base na Esplanada mobilizam correligionários contra o impeachment. Em órgãos e ministérios, montaram “QGs” de onde são disparados e-mails e mensagens de convocação para a próxima manifestação agendada para semana que vem.

Ruído no ar
Tribunais regionais realizam um mutirão para cassar o máximo de concessões de rádios dominadas por políticos até as eleições de outubro. Levantamento preliminar mostra o predomínio de estações irregulares nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste. 

Ruído no ar 2
Há dias, o TRF da 3ª Região determinou o cancelamento das concessões de cinco emissoras de rádio que têm como sócios-proprietários os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Paulo Mansur (PRB). Coincidência, ambos aliados de Temer.

É a lei
O artigo 54 da Constituição Federal veda a parlamentares serem proprietários, controladores ou diretores de empresas de radiodifusão.

Sorte
Depois de dar o voto de número 342, que selou a aprovação do impeachment, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) comparou: “Foi como achar um bilhete premiado.”

Ponto Final
“Um impeachment de Dilma é improvável” (Do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em janeiro de 2016.)

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