Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

Congresso tenta intimidar MP e PF, e movimentos se calam

Publicado em 19/11/2016 às 22:15.Atualizado em 15/11/2021 às 21:43.

Os movimentos populares que foram às ruas contra o Governo Dilma e o PT, organizados pelas redes sociais, se acovardaram diante do consórcio liderado pelo PMDB no Poder – no Congresso e no Palácio do Planalto. Renan Calheiros e senadores investigados querem acuar procuradores e delegados com o projeto de lei de abuso de poder. Os deputados não ficam atrás e pretendem intimidar os investigadores na aprovação de um dos tópicos do pacote de medidas anticorrupção.

Silêncio vergonhoso

Não se ouve um grito contra a clara manobra política de intimidação engendrada no Congresso Nacional. Idem para os movimentos estudantis, como UNE e UJS.

Surreal

Alvo de processos e com fortes indícios contra ele, Lula da Silva processa delegado federal e agora pede a prisão do juiz Sérgio Moro. Os papeis estão se invertendo...

Agência de turismo

A Secretaria de Controle Interno da Presidência faz auditoria nas contas da Secretaria de Juventude. De janeiro a maio a turma gastou R$ 620 mil em passagens aéreas.

Bolsofãs

Depois de demonstrar despreparo para conter invasões, a Polícia da Câmara dos Deputados, por ordem da 1ª Secretaria, mapeou a identificação dos vândalos que invadiram o plenário semana passada. A maioria deles informou que iria ao gabinete 482, ocupado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Digitais

O procedimento exige que um funcionário do gabinete permita o ingresso do visitante. De acordo com a polícia da Câmara, a permissão foi autorizada por “alguns funcionários” do parlamentar.

Estratégia

A estratégia de invasão começou na portaria do Anexo 2. Os defensores da intervenção militar se reuniram próximo ao ‘bandeijão’ e ali tramaram a ocupação do Salão Verde. Simularam confronto entre eles, chamaram atenção dos poucos seguranças, enquanto a grande parte do grupo entrou correndo pelo Anexo 4.

Vai dar em nada

Senadores da comissão que vai rastrear os supersalários nos três Poderes classificaram como “ameno” e “produtivo” o encontro com a presidente do STF. “Foi tudo bem. Serviram até pão de queijo”, relatou, aos risos, o senador José Pimentel (PT-CE).

Óleo de peroba

O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, aposentou por volta dos 50 e cuida da reforma da Previdência para sangrar o andar de baixo. Só na sexta, após meses no cargo, confessou que recebe acima do teto constitucional, quando a lupa dos super salários se aproximou. Até ontem Padilha insistia em ficar no cargo, como se tudo fosse normal.

Leitura labial

O sistema de áudio do plenário do Senado não captou, mas a leitura labial não falha. O líder do Governo, Aloysio Nunes (PSDB-SP), pronunciou um desrespeitoso palavrão em meio à acalorada discussão com a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR).

Bate-pronto

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) assumiu a relatoria da proposta que pune o abuso de autoridade com disposição para o confronto. Sobre as críticas do juiz Sérgio Moro ao projeto, Requião diz: “Ele fez crítica eu faço elogios (à punição de abuso de autoridade); assim como eu elogio a ação dele e critico quando ele me parece errado.”

Na mira

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) estuda denunciar Nunes. Para ela, o colega cometeu um ato de “misoginia”.

Ponto Final

Senadores observam com cautela as investidas do presidente do Senado, Renan Calheiros, contra o Judiciário. Ninguém reclama, mas o apoio está se esvaindo. 

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