Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

Extra: Temer quer conceder loterias

Publicado em 27/11/2016 às 10:33.Atualizado em 15/11/2021 às 21:50.

Na mensagem que prepara para o Congresso Nacional em fevereiro, cuja comissão interministerial começou a esboçar, o presidente da República, Michel Temer, incluiu a concessão da operação das loterias federais da Caixa, como as tradicionais Quina e Mega Sena. Temer também planeja privatizar os investimentos em saneamento básico – incentivando PPP’s com as prefeituras – mais aeroportos e investir em terminais regionais – plano que já era de Dilma Rousseff. Vai também ‘desestatizar’ grande parte do setor de energia elétrica. 

Quem manda
O cabeça da operação é o ministro Moreira Franco, seu braço direito no governo e que já presidiu a vice de Loterias da Caixa. Homem certo para a operação. 

Presentão
Há quem veja a concessão de serviços de saneamento um presente para as grandes empreiteiras de sempre, que minguaram com a “Lava Jato”.

Democracia 
Nota-se o silêncio ensurdecedor de panelas nas varandas e janelas, e o grito de movimentos nas ruas. Onde estão? Só valiam para os desmandos do PT?

Que país é esse? 
Qual a relação entre Renato Russo e sua famosa banda Legião Urbana com a atual crise que desafinou as notas do governo de Michel Temer? O ministro Geddel Vieira Lima, derrubado do cargo pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, estudou com Renato em uma escola de Brasília. 

Coincidências 
Renato chamava Geddel de “suíno”. O enredo político-musical também tem como personagem o delegado Josélio Azevedo de Sousa que colheu o bombástico depoimento de Calero e é fã ardoroso da Legião. 

171 pela CPI 
Deputados e senadores da oposição garimpam dissidentes e os chamados “parlamentares neutros” para conseguir 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado para instalar uma CPMI para apurar o tráfico de influência de Geddel.

Sem folga
Geddel sai de cena mas a cena política não o deixa. Ele vai trabalhar forte por telefonemas para tentar minar, entre ex-colegas, a CPMI que se articula. 

Comemoração quieta 
Os ex-presidentes Dilma e Lula evitaram comentar a demissão do ministro Geddel Lima. Faz parte da nova estratégia petista de cautela para evitar a acusação de que o partido torce pelo “quanto pior, melhor”. 

Hein!?
Não ficou claro o motivo da reunião-surpresa entre o ministro Alexandre de Moraes (Justiça) e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), no gabinete do tucano na tarde de segunda-feira e sem previsão na agenda. 

Corte.. 
Com a assinatura de 27 colegas, o senador Magno Malta (PR-ES) protocolou na mesa-diretora do Senado uma PEC que fixa em R$ 15 mil os salários de deputados e senadores pelos próximos 20 anos. 

.. para valer
“Temos que fazer o dever de casa”, pondera o senador Magno ao lembrar que o prazo é o mesmo previsto no regime fiscal do governo de Michel Temer. 

Batendo ponto
Com Geddel na grelha, dois ministros palacianos – Eliseu Padilha e Moreira Franco – entraram na função, dispararam telefonemas e se reuniram com senadores para articular a aprovação da PEC do Teto de Gastos.

A conferir
Avisaram ao presidente Temer que o “caso Geddel” não mudou o cenário e o governo terá até 63 votos a favor do ajuste no 1º turno, na terça-feira. 

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