Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

Segredos de Estado

Publicado em 29/10/2018 às 21:29.Atualizado em 28/10/2021 às 01:30.

Há um mês todo um andar do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funcionou a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos, foi ocupada por agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Secretaria Institucional (GSI) para a transição do Governo, e já se falava em Jair Bolsonaro como novo presidente. O trabalho sigiloso e de inteligência vinha acompanhando o candidato desde então. Assim como na Polícia Federal, que faz a escolta do agora presidente eleito, há informações de que ele corre risco de vida. 

Detectores

Mais de 50 militares da Força Nacional de Segurança foram destacados para reforçar a proteção do CCBB durante a transição entre o atual governo Temer e o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Também foram instalados detectores de metais em todas as entradas do prédio e dos gabinetes. 

O líder
O deputado Arthur Lira (AL), líder do PP, é o nome de Jair Bolsonaro para presidir a Câmara Federal. 

BNDES
O atual presidente do BNDES, Diego Oliveira, está em campanha para tentar permanecer na presidência do banco. É um dos cargos mais visados do alto escalão, já que o BNDES é o terceiro maior banco de fomento do mundo. A permanência de Oliveira esbarra, no entanto, na determinação de Jair Bolsonaro para a nomeação de técnicos para o alto escalão. 

Cotado 
O economista Carlos Da Costa, ex-diretor de Comércio Exterior do BNDES, primeiro a pedir demissão quando Diogo Oliveira se tornou presidente, é cotado para assumir a presidência do banco. Foi o responsável pelo maior planejamento estratégico nos últimos 40 anos quando era, então, diretor de Comércio Exterior. Costa também tem pensamento econômico liberal bem próximo a Paulo Guedes. 

Expectativa 1
Quem será Levy Fidelix no Governo de Bolsonaro? O presidente do PRTB, partido do vice General Mourão, submergiu dos holofotes políticos há meses.

Expectativa 2 
O que será de Valdemar da Costa Neto, o dono do PR, sem o controle do Ministério dos Transportes e da Infraero a partir de Janeiro? Ele comanda nomeações há quase duas décadas no setor.
Expectativa 3
Vem aí Magno Malta, sem batina e bíblia na mão, o Orador-Geral da União.

Fundos 
Crítico dos fundos Partidário e de Financiamento de Campanhas, o presidente eleito pelo PSL, Jair Bolsonaro, somou cerca de 15% em recursos públicos no total de despesas nos dois turnos da campanha. 

PSL & PRTB 
Conforme valores declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PSL repassou R$ 339 mil à campanha vitoriosa de Bolsonaro. Outros R$ 24 mil foram transferidos pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), legenda do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão. Os dois fundos são irrigados com verbas públicas. 

Lista de extradição 
Além do italiano Cesare Battisti, ex-ativista acusado de terrorismo na Itália e exilado no Brasil, o governo de Jair Bolsonaro já tem outros dois nomes na lista de extradição após a posse em janeiro. 

Refugiados 
Os paraguaios Juan Arrom e Anuncio Martí, acusados de sequestro, receberam do governo brasileiro, em 2003, o status de refugiados e, desde então, não podem ser extraditados. Ontem, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, pediu a Bolsonaro, por meio do Twitter, a extradição da dupla. 

Cultura
Maestro Nelson Niremberg, criador do Projeto Aquarius, nos anos 70, apoiador de Bolsonaro e de Wilson Witzel, entregou aos dois eleitos projetos para a área de cultura.

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