Segundo dados da Crunchbase, startups bateram recorde em aportes no primeiro semestre de 2021, foram cerca de US$ 288 bilhões investidos durante o primeiro semestre de 2021, um aumento de 61% sobre último recorde, de US$ 179 bilhões, no segundo semestre de 2020. Entre as modalidades em ascensão está o equity crowdfunding, regulado pela instrução CVM 588, que mesmo em meio a pandemia, obteve investimentos recordes, um acumulado de mais de R$ 84 milhões.
Para Rodrigo Carneiro, CEO da SMU Investimento, maior plataforma de crowdfunding de investimentos em startups do Brasil, questões macroeconômicas como a baixa taxa de juros ajuda ainda mais este mercado. Em 2021, com ritmo ainda mais acelerado de crescimento, este número deve ficar próximo do dobro.
“Para os próximos meses, estamos animados com uma recuperação ainda mais forte com um efeito positivo das vacinas e aquecimento da economia. Pelas nossas prévias, o crowdfunding já atingiu R$100 milhões captados no primeiro semestre de 2021. O investidor brasileiro está em busca de investimentos alternativos e mais retorno, dado o fim dos altos juros em aplicações como títulos do Tesouro Direito”, avalia o executivo.
À frente da plataforma, que já mediou aportes em negócios como a Flapper, Origem Motos, Pink Farms, Grana Capital e Dr. Cannabis, Carneiro ainda avalia que parte do sucesso na captação de startups se dá por alguns fatores e que nem sempre o que deu certo para uma empresa funcionará para a outra.
“Apesar de variar, encontramos duas características que sempre se repetem em captações de sucesso: empreendedor totalmente dedicado à captação durante o período da campanha. Quanto mais ele se dedicar, mais rápido ela acontecerá. Um outro ponto importante é conseguir angariar o máximo de investidores antes mesmo da captação iniciar. Quanto mais rápido a régua subir logo na abertura do oferta, maior o sucesso da captação”, indica o executivo.
Outros pontos importantes destacados por Carneiro são questões como: ter uma boa presença online e engajamento com os seus clientes; conseguir fornecer bastante material didático para sair na mídia, inclusive, por meio da contratação de assessoria de imprensa, e atender muito bem as dúvidas dos investidores, realizando webinars, lives, atuações diretas com investidores, dentre outras.
Após a captação a startup deve estar pronta para contratar e expandir os seus negócios. Essa é a hora de ajustar a governança corporativa e estar aberto a parcerias e já pensar na próxima rodada. “Minha dica é: aproveite a rede de investidores que acabou de depositar o seu dinheiro e confiança no negócio. Eles são incríveis e muito bem conectados. Seja fiel a eles e regrado com a divulgação das informações, isto é uma preparação para os desafios futuros junto aos fundos de Venture Capital”, indica Carneiro.