Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Livres

Publicado em 29/04/2022 às 06:30.

Depois de dois anos, enfim ficamos livres daquele que considero o maior símbolo material da pandemia: as máscaras. Isso porque desde ontem a prefeitura de Belo Horizonte desobriga o uso do acessório em ambientes fechados. Tal medida se deve, obviamente, à desaceleração abrupta dos casos de coronavírus na capital mineira. Segundo a própria secretária Municipal de Saúde, Cláudia Navarro, em janeiro, a positividade dos testes de Covid-19 chegava a 47% na cidade. Neste mês, o índice de resultados positivos está em 2%.

Outro fator que influenciou na decisão foi o avanço da vacinação infantil. Segundo Cláudia, no dia 17 de março, 13,3% das crianças estavam imunizadas com as duas doses na capital. Atualmente, a cobertura vacinal de segunda dose entre o público de 5 a 11 anos está em 35,9% – a de primeira dose está em 75%. Apesar de o nível ainda não ser o ideal, a representante da pasta afirma que houve um crescimento da imunização nas crianças muito rápido nos últimos 40 dias.

A partir de agora a proteção oferecida pelas máscaras continua obrigatória apenas no transporte coletivo, em transportes escolares e locais de assistência à saúde, como hospitais.

Para nós, do setor de bares e restaurantes, a abolição do acessório representa, sobretudo, o rompimento com um passado nebuloso, de perdas e falências que, literalmente, queremos deixar para trás.

Isso sem falar que a desobrigação do uso facilitará a operação dos estabelecimentos, bem como a redução de custos, já que os funcionários não mais precisarão trocar os protetores faciais a cada duas horas. Também não teremos mais o constrangimento de punir clientes que eventualmente não utilizem os protetores faciais durante deslocamento nas dependências das casas.

Porém, ao contrário da obrigatoriedade do uso - implementado de forma impositiva no início da pandemia -, a retirada é algo que poderá ocorrer de forma mais leve, sem rigor e flexível, afinal, estamos lidando diretamente com uma crença particular e individual de cada sujeito.

Sendo assim, se você ainda não se sente confortável para abolir de vez a máscara, não o faça agora, respeite seu tempo, seu momento.

Temos que entender que cada um de nós fomos impactados de formas diferentes e peculiares com a Covid-19. A retirada não é um decreto, uma lei, mas sim uma flexibilização, sinalizando que o pior está passando.

E, obviamente, é muito bom saber que poderemos voltar a ver os sorrisos no rosto dos amigos e de que aquele mundo estranho de outrora, aos poucos, vai começando a fazer parte apenas das nossas lembranças.

A liberdade é, indiscutivelmente, um direito inafiançável e, estamos, passo a passo, experimentando-a novamente. Esse mundo sem máscaras, sem barreiras, medo ou isolamento é o ‘velho e bom normal’ que sempre desejamos e nunca esquecemos.

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