Essa semana resolvi tirar uns dias off, em férias com a família pelo Nordeste. Conhecemos a famosa "Rota das Emoções", percurso que abrange 14 cidades de três grandes estados: Ceará, Piauí e Maranhão. Com 500 quilômetros, o trajeto foi criado há 15 anos e, até hoje, é uma das grandes atrações para os turistas de todo o mundo que vão conhecer essa região do país. Entre as localidades que se destacam neste belíssimo roteiro estão os Lençóis Maranhenses, que dispensam comentários, o Delta do Parnaíba e Jericoacoara.
Mas a minha intenção, apesar de estar maravilhado com tudo que vi, não é escrever aqui um Diário de Bordo. Quero compartilhar algo que me deixou surpreso e, ao mesmo tempo, extremamente feliz na viagem: em cada canto que passava pude constatar a presença de pequenos restaurantes de comida mineira com verdadeiras delícias que nós conhecemos com propriedade.
Esses locais, os quais carinhosamente chamo de "embaixadores da cozinha mineira", têm um valor incalculável e importância singular no que se refere à disseminação dos nossos sabores e saberes. Eles são essenciais para disseminar o brilho plural da nossa terra. Digo isso porque muitos turistas ainda acreditam que Minas se resume ao pão de queijo, o que sabemos ser um ledo engano.
Para reforçar meu argumento, deixo aqui três bons exemplos que atestam nossa diversidade: Araxá, no Triângulo Mineiro, é famosa pela produção de doces. É de lá, inclusive, que vem a deliciosa ambrosia.
São Roque de Minas, por sua vez, faz parte do patrimônio cultural do Brasil por causa da produção do queijo Canastra. Os visitantes podem se hospedar nas pousadas da cidade e fazer um tour pelas fazendas da região para poder conhecer o processo de produção do queijo e comprá-lo.
Já o município de Itamonte, no vale da Serra da Mantiqueira, conta com muitos pratos com truta, além de uma produção de cachaça artesanal de dar água na boca.
Resumindo: quando, qualquer um de nós, estamos em outro Estado e podemos ver, nem que seja uma vendinha, com pratos representativos da culinária mineira, é impossível não se orgulhar e pensar: "sim, nossa cozinha está cada vez mais viva e universal, conquistando territórios".
Nunca que eu iria imaginar que em um lugar tão rico, gastronomicamente falando, como os Lençóis Maranhenses, eu encontraria um feijão tropeiro com torresminho ou a couve fresquinha e saborosa, que solta aos olhos. Isso, claro, é fruto do nosso trabalho sério, da qualidade inspiradora de tantos chefs, cozinheiros e cozinheiras, que fazem todo um país entender que a nossa comida é (sim) produto de exportação.
Ouso, inclusive, dizer que a culinária mineira compõe um pouco da face desse nosso Brasil rico e diverso. Que nas nossas viagens possamos cada vez mais encontrar, com frequência, os nossos pratos. Não só no Brasil, mas também mundo afora.