Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3253-2210

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3253-2210

Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Pequeno gigante

Publicado em 15/07/2022 às 06:00.

Hoje quero deixar de lado os nossos queijos, azeites, vinhos e cachaças para destacar outro produto que também tem relevância na economia: a tilápia. A espécie encabeça, com folga, a lista dos peixes de água doce mais criados e comercializados no Brasil – a produção saltou 223% entre 2005 e 2015, totalizando mais de 219 mil toneladas anuais.

O nosso país, inclusive, está entre os dez maiores produtores de tilápia do planeta, ranking liderado pela China. Por aqui, destacam-se polos de cultivo no Paraná, em São Paulo e no Ceará. A “tilapicultura”, como é conhecida, movimenta a economia nessas praças. Há estudos que apontam, até mesmo, lugares no Nordeste que conseguiram sair do estado de pobreza após a introdução do peixe em açudes.

Em Minas Gerais, segundo a Embrapa Pesca e Aquicultura, a tilápia é responsável por nada mais nada menos que 94% da produção na psicultura. Também pudera, já que nosso estado é um dos maiores mananciais de água doce no país. Um dos principais polos de cultivo de tilápia em tanque-rede do País está, justamente, em solo mineiro, mais precisamente em Morada Nova de Minas, região Central.

Entretanto, apesar do grande potencial, a piscicultura por aqui ainda é pouco explorada. Mesmo com a grande oferta de recursos hídricos e um mercado promissor, a produção enfrenta diversos gargalos, sendo o principal a legislação ambiental do Estado, que dificulta e até mesmo inviabiliza o crescimento deste mercado.

E detalhe: não estou falando de um simples prato que sai dos rios e vem para as mesas dos restaurantes ou para as gôndolas de supermercados, mas de uma complexa cadeia de produção que merece e deve ser enaltecida.

Quanto às vendas, o consumo de tilápia ainda é muito baixo no Brasil, girando em torno de 2,7 quilos por habitante ao ano. A baixa demanda, se comparada às demais proteínas, deve-se aos preços, ainda elevados para a maior parte da população.

Trabalhadores do setor afirmam, por sinal, que a produção de tilápias pode sim ser promissora, contudo um dos grandes desafios é gerar produtos que tenham preços mais acessíveis e cheguem a todas as classes sociais. Dessa forma, o peixe passaria a integrar o cardápio semanal das famílias, gerando não só sustentabilidade econômica como também social.

Por isso, deixo aqui uma dica e sugestão. Nosso território é enorme. A população, idem. Nossos recursos naturais e hídricos, extremamente abundantes. Logo, toda produção, feita de forma sustentável e em conformidade com as condicionantes ambientais, deve ser estimulada. Estamos falando, sobretudo, de emprego, renda, crescimento do mercado mineiro em competitividade e valorização de talentos.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por