Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Quero evitar frases clichês

22/12/2021 às 15:50.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:36

Uma pesquisa divulgada pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em novembro, feita em 21 países, mostrou que apenas 31% dos jovens brasileiros na faixa etária entre 15 e 24 anos acreditam que o mundo está melhorando. No ranking geral o país ficou em penúltimo lugar, à frente apenas do Mali, na África Ocidental. 

Quando analisados participantes acima dos 40 anos, o pessimismo é ainda mais presente, já que somente 19% dos entrevistados creem na melhora do planeta. Na comparação com os dados mundiais, os números daqui são bem mais baixos, pois 57% dos adolescentes e jovens acreditam que as novas gerações viverão em um lugar melhor ao passo que 39% dos adultos também pensam dessa forma.

Não faltam, obviamente, motivos para este pessimismo tupiniquim: mudanças climáticas, pandemia, crise política e econômica, além de pobreza e desigualdade são alguns deles. 

Porém, a boa notícia é que adolescentes e jovens se recusam a ver o mundo através das lentes sombrias de muitos de nós adultos. Segundo a pesquisa, a faixa etária de 15 a 24 anos se sente, inclusive, responsável pela melhora do planeta e permanece com uma mentalidade muito mais global e determinada a tornar o local em que vivemos, um lugar melhor. Eles se preocupam com o futuro, mas se veem como parte da solução. E isso é fantástico!

Você deve estar se perguntando: por que escolhi trazer dados tão tristes para a última coluna de 2021? A resposta é simples: Diante de tudo que vivemos nos últimos dois anos, período em que as disparidades entre o rico e o pobre, entre os que vivem e sobrevivem, ficaram ainda mais acentuadas, não cabem mais para essas datas festivas, como a de hoje, posturas alienadas ou totalmente à parte dos fatos que nos cercam. Passamos e ainda estamos enfrentando uma pandemia que já matou mais de cinco milhões de pessoas no mundo, seiscentas mil delas só no Brasil. Por isso, só desejar Feliz Ano Novo neste 31 de dezembro não basta. É preciso pensarmos e refletirmos no que fazer para que o ano novo seja, realmente, feliz.

Recebo, com alento, a notícia de que as novas gerações parecem estar mais engajadas na busca por uma Terra mais humana, igualitária e justa. Sendo assim, meu maior desejo, não apenas para 2022, mas para todos os novos anos que estão por vir, é por uma moçada mais consciente e disposta a construir um futuro realmente sustentável, que valha a pena ser vivido. 

Perdemos muito nos últimos tempos. As perdas, por sinal, vão continuar fazendo parte de nossas vidas para todo o sempre. Mas tenho a certeza de que mentes sempre prontas para pensar no coletivo e capazes de tomarem para si a responsabilidade de caminhar em busca de um mundo melhor, mais ameno, será cada vez mais a tônica do que ainda nos espera. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por