O fim de 2021 foi tão corrido que mal tive tempo para celebrar mais uma relevante conquista de todos nós: para proteger os sabores da tradicional cozinha mineira, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e o Instituto Periférico, iniciaram em dezembro, o processo de reconhecimento da nossa culinária como patrimônio cultural do Estado.
A expectativa é finalizar, até o fim deste ano, todo o processo de registro e também o ‘Inventário da Cozinha Mineira’, composto por um dossiê com ações de salvaguarda e proteção da gastronomia de Minas. Para isso, serão realizados estudos e levantamentos de toda a cadeia produtiva e afetiva da cultura alimentar no estado e também com relação ao conhecimento já sistematizado sobre o tema.
Além da formulação do dossiê, o inventário prevê a entrega de publicações que ajudarão a promover a história, a diversidade e os protagonistas dos sabores e saberes da comida mineira. Entre os materiais estão previstos videodocumentários, livretos, filmetes promocionais, um site e um repositório digital na internet, incluindo também ações de capacitação como seminários e oficinas virtuais, além de palestras em escolas públicas.
Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, com o inventário será possível entendermos com melhor profundidade os biomas, as regiões, os jeitos de ser e de fazer a nossa riquíssima culinária. Ele, inclusive, enviará um ofício ao governo federal para também pedir que a cozinha mineira seja registrada como patrimônio cultural nacional.
O presidente do Iepha, Felipe Pires, por sua vez, conta que o órgão já vem fazendo registros de reconhecimento da importância da cultura alimentar no estado. Mais de 300 casas de farinha de milho e mandioca e os queijos mineiros já possuem trabalhos relevantes de reconhecimento patrimonial. O que será feito com o inventário da cozinha mineira é elevar esse saber à condição de patrimônio e bem cultural de Minas Gerais.
Diversidade, sabemos bem, é o que não falta por aqui: Desde o arroz com pequi no norte de Minas, passando pelo frango com ora-pro-nóbis de Sabará, à carne moída com umbigo de banana, apreciado em distritos de Ouro Preto, a terra das Alterosas tem um mosaico surpreendente de alimentos específicos que mostram a grandeza do nosso território. É justamente essa pluralidade que será registrada no dossiê.
Essa conquista chega para avivar ainda mais nossa gastronomia e, obviamente, fortalecer a todos (prefiro não citar nomes para não cometer o pecado do esquecimento) que, com um trabalho de excelência, a tornam pujante e cada vez mais não só a cara como a alma do nosso estado. Viva!!