Ricardo RodriguesConselheiro da Abrasel-MG, Diretor do restaurante Maria das Tranças e da Cruz Vermelha, Mentor, Palestrante e Consultor Sebrae

Um oásis no deserto

Publicado em 09/10/2020 às 10:22.Atualizado em 27/10/2021 às 04:45.

Verdade seja dita: nada melhor para bares do que a temporada de intenso calor que estamos enfrentando nas últimas semanas. Nessa quarta-feira (7), por exemplo, os termômetros atingiram o recorde de 38,4°C em Belo Horizonte, o dia mais quente da história da capital mineira segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

O momento é propício para aquela cervejinha estupidamente gelada, um dos ‘esportes’ favoritos dos belo-horizontinos, que adoram sentar na calçada do bar após o expediente. Esse comportamento muito presente em nossa identidade, pode, sem dúvida, favorecer as vendas no setor do qual faço parte. Setor esse, que não é segredo dizer, vivencia um 2020 terrível, cujas perdas e prejuízos são incontáveis. O calor chega como um oásis depois de atravessarmos e ainda estarmos atravessando um longo deserto chamado Covid-19.

 E para melhorar o cenário de boas notícias, coincidência ou não, na semana passada fomos autorizados pela prefeitura a vender bebidas alcoólicas todos os dias da semana [de segunda à sexta-feira, de 17h às 22; e aos fins de semana e feriados, de 11h às 22h].

Essa perspectiva é perfeita para donos de bares lançarem promoções e benefícios que atraiam o consumidor, desde que elas realmente não tragam prejuízos, afinal o momento também pede uma dose generosa de cautela, já que a flexibilização pode regredir, dependendo do avanço da pandemia em Belo Horizonte [espero que isso não aconteça].

Por fim não posso deixar de dizer que as altas temperaturas também impulsionam o turismo local, de Minas para Minas, sobre o qual falei neste espaço no último dia 25. Pousadas e destinos turísticos próximos à BH, em um raio de 100 a 300Km [incluo nessa lista Serra do Cipó, na região Central, Macacos, em Nova Lima, Rio Acima, Tiradentes, entre outras cidades] certamente serão bastante procuradas no feriado prolongado deste fim de semana. Arrisco a dizer que muitas já devem estar com taxa de ocupação acima de 90%. 

É óbvio que nem de longe ainda estamos no nosso real normal. É óbvio também que o caminho ainda é de incertezas. Mas é impossível negar que a sensação de retomada, mesmo que gradativa [como de fato deve ser], soa como um respiro. Um leve respiro de alívio.
Para que isso se estenda, não posso deixar de pedir parcimônia: tanto a empresários quanto a consumidores. As regras e protocolos sanitários contra a Covid-19 continuam valendo, entre elas o uso de máscaras e higienização frequente das mãos. 

As ações conscientes e a própria negligência de hoje terão impacto direto e severo nos próximos feriados, no final do ano que está por vir e porque não dizer na nossa vida como um todo. Pensem nisso e divirtam-se com moderação.

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