A BR-251, oficialmente conhecida como Júlio Garcia, é uma das rodovias mais movimentadas do país e a principal para o transporte de cargas. Ela passa pelos Estados da Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e pelo Distrito Federal. Tem aproximadamente 1.515,2 km de extensão e apresenta problemas de conservação em vários trechos, muitos deles não asfaltados ou até mesmo não implantados.
O trecho entre o distrito de Pedra Grande (Almenara-MG) e o município de Montes Claros-MG está entre os mais perigosos do Estado e apresentou o segundo maior crescimento no número de vítimas dentre as rodovias federais que passam por Minas Gerais.
Do jeito que está, a BR-251 é uma ameaça à vida. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, as péssimas condições da rodovia fizeram com que, em 2016, cerca de 600 acidentes com 70 mortes fossem registrados no trecho que liga Montes Claros (maior cidade da região) à BR-116, no Vale do Jequitinhonha. O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) considera que 40,3% da via não estão em boas condições. É por isso que os mineiros do Norte do Estado aguardam com grande expectativa a obra de duplicação da BR-251, especificamente no referido trecho.
Na semana passada, a BR-251 novamente foi cenário de tragédia. Um ônibus que saiu de São Paulo com destino a Euclides da Cunha (BA) capotou na altura de Salinas. Morreram 11 pessoas, entre elas um bebê de dois meses, e outras ainda estão hospitalizadas.
Na realidade, a BR-251 precisa de muito mais do que duplicação. Necessita de obras de manutenção, recuperação e construção da 3ª faixa. Em Montes Claros, por exemplo, temos o segundo maior entroncamento rodoviário do país e um tráfego que assusta diariamente os motoristas mais experientes. Atrasar o início das obras é o mesmo que prolongar o sofrimento dos usuários que, além das perdas materiais, acabam também perdendo a vida.
Em alguns trechos, no meio da rodovia, é possível até plantar. O barro tomou o lugar do asfalto. De Montes Claros a Salinas-MG, por exemplo, existem 210 km de desrespeito e periculosidade. Dirigir naquela região é quase uma aventura macabra.
Uma das principais causas de acidentes fatais nas estradas do país são as colisões frontais durante ultrapassagens em pistas simples. Mesmo sabendo dessa realidade, as duplicações de rodovias em Minas Gerais não tiveram a relevância necessária. Nem mesmo a privatização de tantas rodovias federais, com cobrança de pedágio, conseguiu resolver o problema. Minas deveria ter mais 500 km de pistas duplas se fossem respeitados os cronogramas estabelecidos quando anunciadas as concessões no Estado, em 2013. Licenciamento ambiental e liberação de financiamentos são alguns dos entraves.
Não podemos esperar que mais famílias sejam ceifadas do nosso meio por causa da má conservação e da falta de duplicação das rodovias brasileiras.
Espero que a liberação dos R$ 38 milhões que nós tanto cobramos do Ministério dos Transportes para recapear os 70 quilômetros da BR-251 possam amenizar a situação. Esse foi apenas o primeiro passo. Nossa luta não para por aqui. Temos o apoio da bancada mineira e vamos cobrar do governo mais recursos para continuar transportando vidas e riquezas com segurança, comodidade e celeridade.
Duplicação da BR-251 já, em nome da vida!