A última vez que o Galo fez tantas contratações acertadas foi em 2012. Embora o meia-atacante Danilinho tenha, inversamente à sua altura, aprontado muito, sendo dispensado pelo clube meses depois, os outros que chegaram ajudaram a pavimentar o caminho para a conquista da Libertadores no ano seguinte, como Ronaldinho Gaúcho, Jô, Victor e Leandro Donizete. Sem falar que, emprestado ao América, Marcos Rocha retornou ao alvinegro naquela temporada, nunca mais perdendo a titularidade na lateral direita.
Agora é Cazeres quem puxa a lista de novas joias, seguido de perto pela estrela Robinho, que já sonhava, em 2006, vestir a camisa do Galo, e por Erazo, cada vez mais se firmando na zaga atleticana, ao lado de Leonardo Silva.
Hyuri cumpre o papel que um dia foi de Luan, como aquele jogador que entra para incendiar a partida. Junior Urso abraçou o time, em sua disposição e motivação. E podemos esperar muito de Clayton, jovem atacante que deverá fazer sombra ao trio de frente, formado por Lucas Pratto, Robinho e Luan.
Todas as “perdas” de 2015 foram muito bem supridas, mais do que o atleticano otimista poderia imaginar. Até mesmo a ausência de Jemerson, hoje no Mônaco, não é mais tão lamentada. Contra o Colo-Colo, na quarta, Erazo talvez tenha feito a sua melhor partida no Galo, mostrando seriedade e firmeza. Mas confesso um certo ar maravilhado para Cazeres, a grande surpresa. Pode ser cedo afirmar, mas pela qualidade no toque de bola, sua visão de jogo e maneira de se posicionar em campo, o equatoriano tem tudo para ser a revelação de 2016.
Jogadores com essas habilidades são raros e fundamentais para um grupo ser campeão. Os últimos títulos do Atlético foram conquistados com dois jogadores de criação de peso. Ronaldinho e Guilherme num primeiro momento.
Depois entraram Dátolo e Giovanni Augusto, igualmente importantes para o clube permanecer entre os grandes do Brasil. Com a saída de Giovanni para o Corinthians e Dátolo ainda sem mostrar o futebol que levou o Galo ao título da Copa do Brasil, em 2014, o setor ficou cercado de incertezas.
Incertezas que ficaram patentes quando Cazeres não estava regularizado e Dátolo, machucado, com Diego Aguirre tendo que mexer na formação tática do time para deixar a tarefa de armar a Luan. Com o equatoriano em campo, vimos a quantidade de assistências aumentar consideravelmente, mais do que em qualquer época do Atlético. Ele tem a capacidade de sair com a bola em espaços reduzidos, quando está bem marcado, como Ronaldinho. Consegue fazer lançamentos preciosos, assim como Guilherme.
Mais completo do que seu antecessor, Giovanni Augusto, Cazares também deixou claro, no 3 a 0 contra o Colo-Colo, que não é um armador centralizado, como chegaram a dizer na época da contratação. Ele gosta de entrar na área e fazer tabelinha, uma característica que os outros tinham. Além de tudo, é jovem e não carrega um histórico de contusões, desfalcando o time em momentos importantes. Assim, Cazares reúne os ingredientes para fazer história no Galo e comandar a equipe de Aguirre rumo aos títulos.