Tiago ReisInvestidor há mais de 15 anos, fundador e CEO da casa de análise financeira Suno Research.

Bitcoin vale a pena? Quais as alternativas à criptomoeda?

25/02/2021 às 15:55.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:16

Se alguém ainda não conhecia o bitcoin ou não levava a sério a criptomoeda que surgiu em 2009, sem dúvida, nas últimas semanas, se deparou com inúmeras notícias sobre ele. A onda de otimismo com a moeda digital e suaa maior aceitação por grandes empresas e personalidades sem dúvida mostram a força do ativo financeiro. Mas, será que vale a pena investir em bitcoin? 


Depois que a Tesla investiu US$ 1,5 bilhão e o fundador da montadora de carros elétricos, Elon Musk, se mostrou atento à moeda digital, o preço da cripto teve uma trajetória exponencial e quebrou recorde atrás de recorde até chegar, em 21 de fevereiro,  ao pico de US$ 58.354. Interessante, não? O problema é que dois dias depois o bitcoin foi do céu ao inferno e caiu para uma mínima perto de US$ 45.000. 


Eu, particularmente, não invisto em criptomoedas. Na verdade eu não invisto em nenhum ativo que não gere fluxo de caixa. E o bitcoin não o faz. 


Outro ponto é que uma moeda digital, que fica alocada em uma carteira virtual, protegida com criptografia, com transações que não precisam de nenhum intermediário me parece muito intangível. Se a gigante Tesla corre o risco de mostrar desempenho negativo no acumulado de 2021, justamente porque apostou muito alto no bitcoin, imagina os perigos existentes para o pequeno investidor? 


Criptomoeda, ouro, obra de arte, nada disso recomendo como investimento. Como disse, gosto de investir em ativos que gerem caixa. Mas atenção: uma coisa é a empresa gerar caixa, outra coisa é a empresa pagar dividendos. O Facebook, o Google e a Apple são empresas que geraram caixa durante anos e que, por muito tempo, não pagaram nenhum provento do tipo. No entanto, depois que começaram a pagá-los  tornaram-se empresas muito lucrativas para os investidores. 


Em se tratando de alternativas de investimento que não ações, trazendo para o contexto brasileiro no mundo pós-pandemia, porque não investir em fundos imobiliários, por exemplo? Pode ser uma opção muito mais segura do que o bitcoin. 


Outro ponto é que os ativos baseados em shoppings estão muito descontados, sendo precificados sobre um fluxo de caixa muito baixo. Quando a situação se normalizar, a tendência é o fluxo de pessoas dos centros comerciais também voltar ao normal e o fluxo de caixa nesses empreendimentos aumentar. Quem comprar hoje, vai pegar esse aumento e ganhar um bom dividendo em relação ao preço que pagou. É uma alternativa, por exemplo, mais tangível que investir em criptomoedas. E menos arriscada. 

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