Tiago ReisInvestidor há mais de 15 anos, fundador e CEO da casa de análise financeira Suno Research.

Como investir no exterior com pouco

11/10/2020 às 18:55.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:46

Existe uma mística de que o investimento em ações é “coisa de rico”. Investir em ações no exterior então, seria “coisa de mais ricos ainda”.  Mas, assim como é falsa a ideia de que a bolsa de valores é para quem tem muito dinheiro, o pensamento de que investir no exterior é para poucos também não é verdadeiro. 

É fato que o investimento fora do Brasil já foi inacessível e havia pouca informação disponível sobre o tema. Mas vivemos um momento em que nunca foi tão fácil fazer esse tipo de aplicação. Em agosto, por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou uma regra facilitando o acesso de pequenos investidores a ativos ligados a ações listadas em bolsas no exterior (BDRs). Algumas classes de BDR’s até então eram exclusiva a investidores qualificados, ou seja, que possuem R$ 1 milhão de reais ou mais de patrimônio ou que sejam profissionais do mercado financeiro.

Para além da questão da acessibilidade, a aquisição de ativos no exterior é essencial para a estratégia de diversificação, especialmente em uma realidade de disparada do dólar. Além da diversificação geográfica, investir em outros países permite uma diversificação setorial, já que algumas empresas nem sequer possuem negócios de concorrência no Brasil. Atualmente, existem quatro possibilidades para o brasileiro se expor a ativos internacionais  e muitas delas com valores mais acessíveis que você imagina. Vamos a elas:

Abertura de conta em uma corretora americana: O investimento direto em uma corretora americana é sem dúvida a melhor forma de investir no exterior. Afinal de contas, diferentemente do Brasil, as bolsas americanas possuem empresas do mundo inteiro sendo negociadas. Além das ações, é possível adquirir ETFs (Exchange Traded Funds) de diversos países.

Para comprar os ativos, basta ter a conta, enviar os dólares para ela e, por fim, investir. Algumas corretoras podem ser um pouco mais burocráticas que outras, mas a vantagem é a infinidade de ativos e a alta liquidez. Existem opções de diversos valores, inclusive, possibilidade de comprar lotes de ações fracionados.

Fundos de investimento no exterior: Outra forma de investir no exterior se dá de forma indireta, por meio do mercado financeiro brasileiro. Existem gestoras de fundos que possuem carteira de ativos fora do País. O processo propicia mais comodidade e menor custo — já que os investidores apenas compram cotas desse fundo, mas as taxas de administração podem ser altas.

ETFs brasileiros: Outra forma de se expor à economias estrangeiras é a aquisição de ETFs para investimento no exterior. Como já falamos aqui, os ETFs são produtos negociados na bolsa que reúnem um conjunto de ações em um mesmo ativo. Investir em um ETF de ações no exterior tem o mesmo custo de comprar uma ação ou fundo imobiliário, considerando na contagem a taxa de corretagem da corretora de valores.

BDRs: Os BDRs são recibos de ações americanas negociados no Brasil. Diferentemente das ações de empresas negociadas nos Estados Unidos, os BDRs negociados na bolsa brasileira possuem a cotação em reais. A variação de preço desses ativos então, depende da oscilação de preço da empresa na bolsa americana e também da cotação do dólar. Para se ter uma ideia das possibilidades que o investimento no exterior te dá, existem mais BDRs nos EUA do que ações de empresas na bolsa brasileira. 

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