EducaçãoLéo Miranda. Do \“Mundo Geográfico\” - YouTube Marcelo Batista. Do \“Aprendi com o Papai\” - YouTube

O que esperar da educação para o próximo ano

Publicado em 15/12/2022 às 06:00.

Léo Miranda

O ano de 2022 se aproxima do fim em meio à expectativa da mudança de governo no Brasil. Mais do que isso, a expectativa dos novos caminhos traçados para todas as áreas essenciais e negligenciadas nos últimos quatro anos, entre elas a educação. 

Ausência de diretrizes claras, trocas constantes de ministros, aparelhamento de instituições de Estado como o MEC e o Inep como formas de impor interpretações ideológicas, fora acusações infundadas e bizarras sobre o funcionamento do ensino superior no país, fruto de crendices alimentadas pelo obscurantismo científico, alimentadas por discursos sem pés nem cabeça. E no apagar das luzes, na tentativa de enquadrar os elevados gastos contratados durante o período eleitoral, como benesses sem qualquer lastro econômico, o anúncio do corte absurdo de verbas já garantidas às universidades e institutos federais, dinheiro esse utilizado para o pagamento de contas de energia, água, pagamento de terceirizados e principalmente para garantir o funcionamento de hospitais universitários e o pagamento de bolsas de estudantes.

Na última semana, o grupo de transição da área de Educação do novo governo entregou o relatório com estudos e sugestões de melhorias para a área. Entre as principais medidas estão aquelas que garantem compensações financeiras às universidades e centros de pesquisa pelas perdas orçamentárias nos últimos anos, exatamente para garantir que o país continue a produzir conhecimento e para que a “fuga de cérebros” ou de força de trabalho qualificada deixe de ser uma realidade brasileira. 

Outro aspecto que chama a atenção é a preocupação em garantir que todos os brasileiros tenham acesso à educação, independentemente da idade e do grau de instrução e prevê investimentos na expansão da Educação de Jovens e Adultos (EJA), tão importante para aqueles que tiveram que abandonar os estudos durante a pandemia para trabalhar e garantir o sustento de suas famílias. 

O relatório contém sugestões de especialistas altamente qualificados e apartidários e não tem o status de política pública, mas sim de indicações de caminhos possíveis e necessários para correção dos rumos educacionais do país. Mesmo sem um ministro ou ministra indicado ao cargo da pasta da Educação, o nível elevado dos profissionais envolvidos na confecção do relatório traz consigo a esperança de dias melhores e condições melhores para a garantia de um direito básico de todos os brasileiros.

Apesar do cenário promissor, a grande questão continua sendo a orçamentária. Para que todo o esforço mobilizado por entidades e especialistas surtam efeito será necessário o engajamento do poder Legislativo, pois sem o apoio de deputados e senadores, a educação poderá continuar em segundo plano, já que muitas vezes esse poder atua para garantir que seus projetos tenham recursos para serem viabilizados de forma individualizada e pouco clara. Fica então a questão: para quem a Educação é prioridade?

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